Leia também:
X Faxineira viu Henry ‘apavorado’ após ficar trancado com Jairinho

Pacheco convoca sessões do Congresso e CPI pode “atrasar”

Início do funcionamento da comissão deve acontecer após o feriado de Tiradentes

Henrique Gimenes - 15/04/2021 21h18 | atualizado em 15/04/2021 21h49

Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O início do funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, que vai apurar a omissão do governo federal na pandemia e o repasse de verbas para Estados e municípios, só deve ocorrer após o feriado de Tiradentes, na próxima quarta-feira (21). O motivo é a convocação de sessões do Congresso Nacional, anunciadas pelo presidente do Legislativo, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para a semana que vem.

No formato virtual, as reuniões do Congresso, que incluem deputados e senadores, têm tomado um dia inteiro, o que impede qualquer comissão de funcionar no mesmo período. Pacheco marcou sessão para segunda-feira (19) e terça-feira (20), para análise de vetos presidenciais e um projeto orçamentário. Não estão previstas sessões do Senado para a próxima semana.

A convocação do Congresso atende ao governo por dois motivos. Um deles é justamente ‘atrasar’ a instalação da CPI, motivo de dor de cabeça para o Palácio do Planalto. Os 11 integrantes já foram definidos pelos partidos na quarta-feira (14). Falta Pacheco designar oficialmente os membros e marcar uma data para a instalação, quando vão ser definidos o relator, o presidente e o vice do colegiado.

Outro motivo que atende ao Poder Executivo está no fato de que o projeto orçamentário que será analisado pelo Congresso abre caminho para mais gastos neste ano. O argumento do governo federal é retomar programas de socorro a empresas, como o Pronampe e a redução de jornadas e salários.

A proposta, porém, vai além e autoriza aumento de outras despesas sem compensação financeira em 2021, inclusive para atender a redutos eleitorais de parlamentares. A CPI no Senado aumenta o poder de fogo dos senadores na negociação.

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), negou que a data da sessão do Congresso tenha relação com a CPI.

– Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O Congresso não vai parar por causa da CPI – apontou.

Ele argumenta que a reunião de deputados e senadores não é impeditivo para instalar o colegiado.

– [A sessão do Congresso] vai ter horário definido. É possível que não possa haver eleição (da CPI) nesse horário específico, mas durante o dia inteiro pode tirar 20 minutos e fazer a eleição e instalação, que eu nem sei se está marcada – ressaltou.

O senador Humberto Costa (PT-PE), um dos 11 titulares da CPI, afirmou que vai pressionar o presidente do Senado para que a primeira reunião do grupo aconteça na semana que vem.

– Estou imaginando que vai ser na próxima semana, pelo menos a gente vai pressionar para isso – afirmou.

Costa também disse que não vê motivo para que a eleição não seja virtual.

– Não é necessário (eleição presencial). Por exemplo, a eleição de presidentes de comissões permanentes foi feita remotamente. Todas as comissões, até a Comissão de Constituição e Justiça, foi tudo remoto – pontuou.

Pacheco quer que a eleição para presidente da CPI aconteça de forma presencial. Caso o desejo do presidente do Senado seja atendido, haverá dificuldades para que a instalação aconteça na semana que vem. Por conta das duas sessões do Congresso e do feriado, os senadores teriam espaço para instalar a CPI a partir de quinta-feira, 22, e teriam de mobilizar os 11 titulares para estarem em Brasília um dia após o feriado.

Governo e oposição disputam comando
Mesmo ainda sem um prazo para a CPI começar, governo e oposição disputam nos bastidores quem vai comandar o colegiado. Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) são os favoritos. O primeiro é próximo ao governo, apesar de ser crítico à postura de Bolsonaro na crise. O segundo faz oposição sistemática ao Executivo.

O nome do PSD agrada mais ao Palácio do Planalto, que chegou a tentar emplacar Marcos Rogério (DEM-RO) no cargo. Os membros da CPI, porém, não querem alguém tão ligado a Bolsonaro no comando da comissão – Rogério é vice-líder do governo. Randolfe reivindica a presidência por ser autor do pedido para criação da comissão.

– Isso não é time de futebol que você é o dono da bola e é obrigado a jogar se não toma o bola – afirmou Aziz ao Estadão.

Diante do impasse, senadores discutem um acordo para colocar Randolfe como vice-presidente, mas ainda não há negociação fechada.

O MDB, por sua vez, quer a relatoria. Renan Calheiros (AL) ou Eduardo Braga (AM) podem assumir a função.

*Estadão

Leia também1 Bolsonaro: 'Se Lula voltar, qual vai ser o futuro do Brasil?'
2 Bolsonaro volta a dizer: 'Só Deus me tira da cadeira presidencial'
3 STF forma maioria para anular condenações de Lula na Lava Jato
4 STF dá 5 dias para Lira explicar porque não 'abriu impeachment' de Bolsonaro
5 'Mais grave que a pandemia foi a mesquinhez de governadores'

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.