Pacheco contesta governo Lula sobre privatização da Eletrobras
Presidente do Senado diz se tratar de uma "realidade no Brasil"
Monique Mello - 08/05/2023 14h54 | atualizado em 08/05/2023 16h04
Nesta segunda-feira (8), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou a intenção do governo Lula de contestar a privatização da Eletrobras. O senador disse ainda que não havia necessidade de se discutir o tema das estatais agora.
– Qual a necessidade disso neste momento no Brasil? Pode-se dizer algum ponto da lei de estatal que é muito severa para a política? Que não permite um político determinar certa posição? Até vá lá. Mas uma revogação da lei de estatal, qual a utilidade disso para o Brasil? – questionou o presidente do Senado.
Na visão de Pacheco, discussões envolvendo a autonomia do Banco Central e a capitalização da Eletrobras geram desgastes desnecessários.
– Nós precisamos de investimentos internacionais, nós precisamos de mercados investidores internacionais … nós precisamos acertar no ponto, e acertar no ponto não significa rediscutir autonomia do BC, rediscutir capitalização da Eletrobras, salvo um ponto aqui ou acolá – afirmou.
O parlamentar disse ainda que a capitalização da Eletrobras é uma “realidade” com a qual o governo precisa conviver, pois o tema já foi tratado no Congresso Nacional.
– Nós fizemos uma opção legislativa de capitalização da Eletrobras. Foi algo muito debatido na Câmara e no Senado. Nós consideramos essa uma realidade do Brasil. É muito importante que se pudesse aceitar essa realidade, para valorizar a Eletrobras – disse Pacheco aos jornalistas.
E completou:
– É direito do Executivo fazer suas discussões, mas considero adequado preservar aquilo que foi uma opção do Congresso Nacional, que foi a capitalização da Eletrobras.
O governo federal ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) para rever as regras de privatização da Eletrobras e ainda obter mais poder de decisão na empresa.
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