Pierre Borges - 22/06/2021 14h56 | atualizado em 22/06/2021 15h01

O deputado federal Osmar Terra, que presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta terça-feira (22) classificou como “ficção” a existência de um suposto “gabinete paralelo” de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro sobre medidas de enfrentamento da pandemia.

Durante a sessão, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros, questionou o deputado sobre um vídeo que registra reunião entre Terra, Bolsonaro e o virologista Paolo Zanotto. Na ocasião, a eficácia das vacinas como meio seguro de combate à pandemia é questionada.

– Transformar isso em um gabinete secreto, que vaza vídeos, é um absurdo. Não tem sentido nisso; não existe esse gabinete. Esse gabinete é uma ficção. Se assessores do presidente lhe dão alguma orientação, isso é natural. O que eu faço é manifestar minha opinião – argumentou Terra.

O deputado disse que esta foi a “única reunião” que teve com o presidente e o virologista. Ele afirmou também que “foi a primeira e única vez” que conversou com o doutor Paolo Zanotto. Terra também admitiu ter se encontrado com Arthur Weintraub em churrascos no Clube do Congresso, em Brasília, e no gabinete do presidente “às vezes”.

Terra já havia dito que não tem influência sobre o que Bolsonaro diz, afirmando que não possui poder sobre o presidente.

– O presidente fala o que ele quer falar. Eu não tenho poder sobre o presidente. Se eu tivesse o poder, eu era o presidente, e ele, deputado. Querem imputar um poder sobrenatural às pessoas. Ele ouve todo mundo. O senhor ouve alguém. O presidente não pode? Isso não significa que tem gabinete paralelo. É uma falácia – afirmou Terra.

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