“Números sobre queimadas na Amazônia são manipulados”
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, há "muita fake news e desinformação" sobre a região
Henrique Gimenes - 27/07/2020 15h08 | atualizado em 27/07/2020 15h28

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, explicou que há muita “fake news e desinformação em relação à Amazônia” e ressaltou que os números de queimadas na região são “manipulados”.
As declarações foram feitas na edição do programa de sexta-feira (24). De acordo com Evaristo de Miranda, os dados medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) compreendem uma “área florestal definida em 1988, que pega 89% do bioma e 76% da Amazônia Legal”. Para ele, é preciso ter cuidado ao se analisar os números referentes às queimadas.
– Precisamos tomar cuidado ao pegar números e jogar sob a região. Esses números são manipulados (…) Tem muita fake news e desinformação em relação à Amazônia, as pessoas não sabem nem de qual Amazônia estão falando – destacou.
O chefe-geral da Embrapa Territorial também defendeu a Medida Provisória (MP) que trata da regularização fundiária. O texto perdeu a validade no Congresso, mas acabou virando um projeto de lei.
– Hoje você quer multar quem está errado, mas a pessoa nem existe. Precisamos progredir em relação à regularização fundiária e à regularização ambiental, além de ajudar os pequenos agricultores – destacou.
Por fim, Evaristo de Miranda também apontou uma seletividade da mídia em só apontar incêndios no Brasil, quando o número é muito maior em outros lugares do mundo.
– Vemos a quantidade absurda de queimadas na África, Madagascar, mas ninguém fala nada disso. No Brasil, vemos uma quantidade muito pequena comparada à isso. Foram 10 mil queimadas do início de janeiro até aqui. No Paraguai, foram mais de 14 mil; na Argentina, mais de 23 mil; e na Venezuela, mais de 35 mil. Como um presidente europeu vai falar que a nossa Amazônia está em chamas? – questionou.

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