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"Quero ouvi-lo e poder compartilhar com ele a força do Evangelho", disse o arcebispo Walmor Oliveira de Azevedo

Ana Luiza Menezes - 23/05/2019 21h16

O arcebispo de Belo Horizonte, Walmor Oliveira de Azevedo Foto: Reprodução/ Veja

Em entrevista a revista Veja, o arcebispo de Belo Horizonte, Walmor Oliveira de Azevedo, que se tornou o 13º presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), falou sobre vários assuntos. Entre os temas abordados, ele fez observações sobre política e seu futuro encontro com o presidente Jair Bolsonaro.

– Quero ouvi-lo e poder compartilhar com ele a força do Evangelho. Não darei recados. O que desejo de coração aberto é me oferecer para o diálogo. Isso é importante para todos os lados, mesmo que haja diferenças entre eles – disse.

Apesar de ser apontado como um bispo de centro-esquerda, o presidente a CNBB afirmou ainda que não tem um posicionamento definido quanto à política.

– Não sou de direita ou de esquerda nem de centro. Tampouco progressista ou conservador. A Igreja não pode se pautar em ideologias. Me autodefino como aquele que quer voltar às fontes do Evangelho. É dessa postura que vem o equilíbrio de que tanto precisamos nesses tempos de polarização. A polarização separa e isola – declarou.

Para Walmor, a CNBB não deve focar em influências políticas, antes precisa se reaproximar do evangelho.

– Essa deve ser a essência da CNBB – não ser do partido A ou B. A CNBB não é um clube de amigos e tampouco uma ONG ou um partido. É a congregação de todos os bispos do Brasil com a força da Igreja. A força política da CNBB e da Igreja é ajudar a construir uma sociedade justa e fraterna – defendeu.

Apesar disso, o religioso acredita que os fiéis precisam se envolver com política, porém “sempre pautados pela moralidade inegociável e a serviço do outro”.

ARMAMENTO
Questionado sobre a quantidade de católicos que prestou apoio ao novo governo e a relação com a liberação do porte de armas, Azevedo declarou que a amar de todos os cristãos deve ser o amor.

– O cristão tem de pegar naquilo que promove a vida. O nosso caminho é o da paz, da construção de uma sociedade pacífica. Mas os católicos são livres para fazer escolhas. Precisamos olhar o contexto complexo da sociedade brasileira. O contexto atual mostrou nossas dificuldades políticas – falou.

Em outro momento, ele comentou o slogan da Presidência.

– Todos nós temos de ser mais coerentes com a fé que professamos, o Deus ao qual nos referimos. Esse é o grande desafio. Somos todos pecadores. Temos que construir um caminho oferecendo o que temos de melhor. Ter opções diferentes e conflitos de escolhas faz parte de uma sociedade pluralista. Mas quando alguém diz que Deus está acima de tudo, está se comprometendo a colocar o amor, a justiça e a verdade acima de tudo – avaliou.

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