No STF, PGR defende tornar réus os acusados de matar Marielle
Para isso, é necessário que três dos cinco ministros se manifestem a favor da denúncia
Pleno.News - 18/06/2024 16h33 | atualizado em 18/06/2024 17h42

A Procuradoria-Geral da República (PGR) reafirmou, nesta terça-feira (18), a denúncia apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra quatro acusados de participar diretamente do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Durante sessão da Primeira Turma da Corte, colegiado que julga o recebimento da denúncia, a entidade defendeu que os irmãos Brazão se tornem réus.
Na ocasião, o subprocurador Luiz Augusto Santos Lima defendeu que devem responder por homicídio e organização criminosa Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Ronald Paulo de Alves Pereira, conhecido como Major Ronald. Todos estão presos.
ORGANIZAÇÃO
O subprocurador acusou os irmãos Brazão de integrarem uma organização criminosa e de terem ligação com a milícia que atua em Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, além do envolvimento com grilagem de terras em terrenos na Zona Oeste.
Para o representante da PGR, os Brazão decidiram determinar a execução da vereadora após encontrarem resistência dela e do PSOL para aprovar projetos de lei na Câmara de Vereadores em prol da regularização das terras de interesse de seu grupo.
– Não há dúvida de que as dificuldades na tramitação dos projetos, sobretudo, o elevado risco de rejeição, somados com o histórico de conflitos com o PSOL, de Marielle, recrudesceram o descontentamento dos irmãos Brazão – afirmou.
O subprocurador acrescentou que Rivaldo Barbosa foi acionado pelos irmãos para auxiliar no assassinato e que Major Ronald realizou o monitoramento dos passos da vereadora antes do crime.
O próximo passo do julgamento será a manifestação das defesas dos acusados. O julgamento será decidido pelos votos do relator, ministro Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lucia, Luiz Fux e Flávio Dino. Para que os suspeitos se tornem réus, é necessário que três dos cinco ministros se manifestem a favor da denúncia da PGR.
*Agência Brasil