Emerson Rocha - 24/01/2018 14h39 | atualizado em 24/01/2018 15h27

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a primeira derrota no julgamento do recurso no caso do tríplex do Guarujá (SP), que acontece nesta quarta-feira (24), no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), em Porto Alegre, Rio Grade do Sul. O primeiro voto foi do desembargador João Pedro Gebran Neto, que decidiu manter a sentença do juiz Sergio Moro e ainda aumentou a pena para doze anos e um mês.

O relator também estabeleceu que o cumprimento da condenação seja feito em regime fechado, além de 280 dias de multa. Gebran fez um relatório de 430 páginas, que levou cerca de três horas para ser lido. Nele, o desembargador rejeita todos os argumentos da defesa para prescrever o crime de corrupção. Ele justifica dizendo que a culpa de Lula é ainda maior em razão do cargo que exercia.

— A culpabilidade é o vetor maior. E a culpabilidade é extremamente elevada por se tratar de um ex-presidente — disse.

Segundo o relator, a participação do ex-presidente é muito clara nos casos de corrupção na Petrobras. Gebran ressaltou que foi Lula quem indicou diretores da companhia, como Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, que foram condenados pela Justiça.

— Há prova acima do razoável da participação no esquema. No mínimo (Lula) tinha ciência e dava suporte ao esquema da Petrobras. Há intensa ação dolosa no esquema de propinas — afirmou.

A decisão do TRF-4 só será confirmada após os votos dos dois outros desembargadores, que devem divulgá-los até o final desta quarta-feira. Na primeira instância, em setembro do ano passado, o juiz Sergio Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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