‘Nem o presidente pode agredir a Suprema Corte’, diz Pacheco
Senador apoiou a motivação do ministro Luiz Fux para cancelar reunião entre os Três Poderes
Monique Mello - 06/08/2021 14h23 | atualizado em 06/08/2021 15h46

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado Federal, avaliou de forma negativa as críticas do presidente Jair Bolsonaro ao Judiciário. As últimas declarações do chefe do Executivo motivaram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, a cancelar a reunião entre os chefes dos três Poderes da República.
Para Pacheco, Fux fez um pronunciamento “importante” contra Bolsonaro nesta quinta-feira (5).
– O presidente do Supremo acaba sendo porta-voz do colegiado da mais alta Corte do Judiciário do Brasil, de modo que esse pronunciamento deve ser considerado como indicativo de que as coisas não estão bem. E, evidentemente, não estão bem – declarou Pacheco, em entrevista à Globo News.
Pacheco prestou apoio à Corte e defendeu que ninguém, nem mesmo o presidente da República, pode desferir palavras agressivas ao Supremo.
– Evidentemente nem o presidente da República, nem qualquer cidadão podem agredir a Suprema Corte do país. É possível questionar, criticar, apontar equívocos. Mas agressões e ironias, isso não cabe numa relação que pretende ser institucional, republicana e respeitosa – disse.
Embora tenha concordado com o posicionamento de Fux, de cancelar o encontro, o parlamentar disse que, em algum momento, “todos precisarão sentar à mesa” e que o STF “haverá de encontrar uma solução”. Pacheco se colocou, inclusive, como um possível mediador.
– Ela [reunião] haverá de se realizar. O ministro Luiz Fux há de concordar que, em algum momento, todos precisarão sentar à mesa para poder apaziguar os ânimos, identificar quais são os erros, os caminhos dessa relação dos Poderes. E é isso que o Senado se propõe a fazer – declarou.
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