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‘Não tem gente na rua pra pedir impeachment de Bolsonaro’

Presidente da OAB se mostra cético quanto ao impeachment do presidente da República

Monique Mello - 16/04/2021 10h46 | atualizado em 16/04/2021 11h11

Presidente da OAB Felipe Santa Cruz Foto: Reprodução

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), concedeu entrevista ao Estadão, na qual demonstrou sua descrença no impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Após pedir o impeachment dos presidentes Fernando Collor, Dilma Rousseff e Michel Temer, a OAB deu início a um processo interno para decidir, em até 60 dias, se vai encampar ou não a bandeira do impedimento de Bolsonaro. O ponto de partida foi parecer elaborado por uma comissão de juristas e presidida pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto que concluiu que o presidente da República cometeu crimes de responsabilidade e contra a humanidade na gestão da pandemia da Covid-19.

Apesar da iniciativa, Felipe, que foi líder estudantil nos anos 1990, declara que “não tem ninguém na rua para pedir impeachment agora”.

– Eu era líder estudantil no impeachment do Collor. As ruas foram tomadas. Houve uma confluência entre vontade popular, crime de responsabilidade e desvios graves. Era uma conjuntura clara de impeachment, com o aspecto jurídico atendido e mobilização popular. O mesmo se deu com a Dilma. Foi mais traumático, porque não houve a mesma unidade (de oposição) do governo Collor, quando todos queriam o impeachment. Mas teve pressão popular e manifestações contra a Dilma. Esse clima força uma percepção do Congresso sobre essa agenda. No caso do Temer, havia insatisfação popular, mas ele tinha uma sólida base parlamentar que não deixou o impeachment prosperar – afirmou.

O presidente da OAB reforça a gravidade da pandemia ante a “urgência” de um impeachment.

– O governo Jair Bolsonaro vive o seu melhor momento no Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, a oposição não tem 130 votos. A gente não pode dourar a pílula. Esse é um processo político e jurídico. Não tem ninguém na rua, não tem manifestação. A pandemia é o assunto mais grave.

Ao ser questionado sobre os rumores de candidatar-se ao governo do Rio, Felipe diz que não é político.

– Esse movimento não nasce dos meus olhos verdes, mas da importância que a OAB vem tendo nesse momento da história brasileira. Não sou político. Até o fim do meu mandato da Ordem, no dia 31 janeiro de 2022, só trato de OAB. Meu destino pessoal não está resolvido.

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