Leia também:
X Lava Jato mira Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis

“Não pode valer um lado só da história”, diz Bolsonaro

Presidente afirmou que não quebrou decoro ao falar de pai do presidente da OAB

Gabriela Doria - 31/07/2019 10h32 | atualizado em 31/07/2019 11h19

Jair Bolsonaro criticou Comissão da Verdade Foto: PR/Carolina Antunes

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira (31) que não quebrou o decoro ao dizer que poderia explicar ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar.

– Não tem quebra de decoro. Quem age desta maneira, perde o argumento. Muita coisa aconteceu, lamentamos muita coisa. Mas não pode valer um lado só da história. E como eu sempre disse: Alguém acredita que o PT está preocupado com a verdade? Tá de brincadeira – disse Bolsonaro, ao deixar o Palácio da Alvorada no começo da manhã.

O presidente também criticou a Comissão da Verdade.

– Quando aqueles caras criaram a Comissão da Verdade, eles deram gargalhadas. Vocês da imprensa sabem o que é informação, contrainformação e contra contrainformação. É muito simples – afirmou.

Criada em 2011 e instalada em 2012, durante o governo Dilma, a Comissão Nacional da Verdade teve por finalidade apurar graves violações contra os direitos humanos de setembro de 1946 a outubro de 1988. Ela foi concluída em dezembro de 2014.

DESAPARECIDO
Na segunda-feira (29) Bolsonaro comentou sobre o desaparecimento de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira. Ele desapareceu em fevereiro de 1974, após ter sido preso junto de um amigo chamado Eduardo Collier por agentes do DOI-CODI, órgão de repressão da ditadura militar, no Rio de Janeiro.

– Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de uma dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele – afirmou Bolsonaro no início da semana, reclamando da atuação da Ordem na investigação do caso Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro voltou a falar do caso Adélio. Afirmou que se recusava a falar com o advogado dele, mas que aceitaria conversar com o próprio agressor.

– Ele tem a chance de falar agora. Eu to me dispondo a ele, se ele quiser conversar comigo, abrir o jogo, eu vou conversar com ele, com familiar dele. Com advogado eu não converso – disse o presidente.

Bolsonaro disse que a conversa precisaria ocorrer logo para que não haja uma queima de arquivo, hipótese que ele levanta. O presidente sustenta a tese de que o ataque foi financiado por partidos de esquerda.

– Estou dando uma chance a ele, porque ele está condenado. E ele com toda certeza tem o que falar. Alguém acredita que ele está maluco? Se estivesse maluco, estava esfaqueando todo mundo, não só eu. E outra: ele tinha dinheiro para andar o Brasil todo – observou.

*Folhapress

Leia também1 Bolsonaro garante que não vai mudar: "Sou assim mesmo"
2 Pressionado, Glenn Greenwald diz que não vai fugir do Brasil
3 'Trump demonstra confiança no governo', diz Jair Bolsonaro

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.