“Não faz o menor sentido”, diz Ibaneis sobre greve de docentes
Sindicato dos professores responde governador no mesmo tom
Priscilla Brito - 08/05/2023 16h30

Nesta segunda-feira (8), governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), criticou a paralização dos professores da rede pública e informou que só irá negociar quando o sindicato encerrar o que classifica como “radicalização”.
– Todas as portas estiveram abertas. Eles foram recebidos por várias vezes pelo secretário [de Planejamento, Orçamento e Administração] Ney Ferraz e pelo secretário [da Casa Civil] Gustavo. Então, as negociações estavam em pleno andamento e elas continuarão a partir do momento em que o sindicato sair dessa radicalização, colocar os alunos novamente nas salas de aula e reconhecer que está causando um grande prejuízo à sociedade do Distrito Federal – afirmou o governador.
E continuou:
– Assim como o Distrito Federal foi à Justiça buscar essa decisão que declarou a ilegalidade da greve, é um direito do sindicato também fazer o seu recurso. Mas nós temos a convicção de que a decisão judicial está muito bem fundamentada, está muito bem calcada.
No mesmo tom, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) respondeu ao governador do estado e disse que “ilegal é a gestão do governador” que “paga ao professor salário menor do que o Piso Nacional da categoria”.
No entanto, nesta segunda, a Justiça do Distrito Federal determinou o encerramento da greve. Ainda assim, o Sinpro-DF continua se manifestando para o reajuste do Piso Salarial do Magistério; que em 2023 é de 14,95%.
SINPRO-DF EMITE NOTA
Em nota a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) ressalta que o governador Ibaneis Rocha não esperou três dias para, em um plantão judiciário de final de semana, entrar com um recurso no Tribunal de Justiça local para atacar a greve. Em posição absolutamente alinhada com o governador, o juiz decretou a ilegalidade do movimento que atendeu a todos os requisitos previstos na legislação. Se não bastasse, o governador, em ações típicas de comportamento político pequeno, aciona os meios de comunicação locais para jogar a população contra os(as) trabalhadores(as). E ainda por cima, o governo do DF se rebaixa ainda mais pagando propagandas milionárias na televisão, em horário nobre, para falar contra a greve.
Os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais de todo o Brasil, que já se miraram no exemplo de Brasília quando a cidade garantia o maior salário para o magistério público de todo o país, se solidarizam com a luta dos(as) educadores(as) da capital federal. Ao tempo em que repudiam a postura truculenta da atual gestão e do alinhamento descabido da decisão monocrática do juiz, estamos unidos(as) e solidários(as) a essa tão importante greve do magistério do DF.
Greve dos professores do DF enfrenta um governador pequeno, um poder judiciário a ele alinhado e anos de descaso com a educação.
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