Marcos Melo - 11/06/2023 15h00 | atualizado em 11/06/2023 15h29

O substituto de Deltan Dallagnol na Câmara dos Deputados, Luiz Carlos Hauly, aparenta visão política mais branda que o ex-procurador da Lava Jato. Ao Estadão, Hauly disse que apesar de se identificar como adversário do PT, tem muitos pontos de convergência com a sigla e com o presidente Lula (PT), “como a questão do arcabouço fiscal, a reforma tributária e outras reformas estruturantes”.

– Não estou mais para fazer oposição enfática, como fiz no passado. Estou mais para construir pontes do que arrebentar pontes – declarou o deputado, anunciando a que veio.

O mais novo integrante da Câmara nesta legislatura se diz um “homem social democrata liberal cristão” e revela-se evasivo, à deriva na ardilosa política brasileira.

– Não sou de esquerda nem de direita. Aprendi na minha vida que o que há de melhor no socialismo e na economia de mercado você captura. Não gosto de nenhum dos modelos sozinho. Sou a favor do Estado forte, atuante, moderno, tanto que estou lutando por ter um sistema tributário que permita a livre concorrência. Este sou eu: não tenho agenda de Lula nem de Bolsonaro – disse o parlamentar, em discurso encharcado de antíteses.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná decidiu que a vaga de Dallagnol seria do deputado Itamar Paim, do PL, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu ao recurso do Podemos e invalidou a decisão do TRE, assegurando a vaga ao partido originário.

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