Marcos Melo - 04/05/2023 14h48 | atualizado em 04/05/2023 16h35

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insiste na estratégia de tentar desgastar a imagem do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e voltou a criticá-lo após o Copom decidir manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

A provocação ao economista foi, nesta quinta-feira (4), durante discurso na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio Itamaraty.

– É muito engraçado o que se pensa neste país, todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juro. “Ninguém fala de juro”, como se um homem sozinho soubesse mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas – disse o petista, recebendo o aplauso de seus asseclas.

Lula prosseguiu sua saga em busca da fritura de Campos Neto, desta vez, dirigindo-se ao presidente do BC durante pronunciamento.

– Não estou dizendo isso, Roberto Campos, porque concordo com você não – disparou Lula em tom jocoso.

O chefe do Executivo discursou sobre desigualdade social e a crise no setor automobilístico, muito afetado com as baixas vendas.

– Qual é o pobre que pode comprar um carro popular por R$ 90 mil? – questionou o petista, reivindicando valores mais atraentes.

E continuou:

– O povo mais pobre sofre as consequências dos juros, mas ele não reclama, porque para ele o que interessa é se a prestação do bem que ele vai comprar cabe no bolso dele, porque não adianta comprar uma coisa de juro zero e ele não conseguir pagar a prestação – observou.

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