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Mulheres de direita são maioria na bancada feminina da Câmara

Partidos alinhados com a esquerda elegeram apenas 27 mulheres em 2018

Monique Mello - 08/03/2021 11h00

A maioria das deputadas eleitas em 2018 é de partidos de direita ou centro-direita e, por isso, tendem a estar mais alinhadas com o presidente.

De acordo com dados do Radar do Congresso, de 77 deputadas, 55 votaram a favor do governo em ao menos 50% dos projetos de interesse do Palácio do Planalto, nos primeiros dois anos desta legislatura.

O alinhamento de deputadas federais com as pautas do presidente Jair Bolsonaro tem sido percebido por um grupo de pesquisadoras que analisa a bancada feminina eleita em 2018.

A professora de ciência política da UFRJ Mayra Goulart explica que o pleito de 2018 representou uma mudança no âmbito da eleição de mulheres. Conforme explicou, até então, as mulheres eleitas tinham um forte compromisso com as pautas progressistas, mas, naquele ano, isso mudou.

Mayra é coordenadora do projeto Mulheres Eleitas, realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mas que envolve pesquisadoras de várias instituições.

Ela explica que, quando se observa a representatividade, é preciso dividir entre a representação descritiva e a substantiva.

A descritiva é relativa ao espaço ocupado por uma mulher. Basta o fato de um corpo feminino em um ambiente ocupado majoritariamente por homens.

A substantiva envolve os interesses que as mulheres eleitas representam. Nesta legislatura, a pesquisa observou, segundo a professora, que, de 77 mulheres eleitas, 44 eram filiadas a partidos que orbitam em torno do presidente Jair Bolsonaro.

Deputada federal Caroline de Toni quer acabar com cota feminina nas eleições
Deputada federal Caroline de Toni quer acabar com cota feminina nas eleições Foto: Câmara dos Deputados/Pablo Valadares

O levantamento do Radar mostra, por exemplo, que, entre as deputadas com votações mais alinhadas com a pauta do Palácio do Planalto, estão Carla Zambelli (PSL-SP) e Major Fabiana (PSL-RJ), parlamentares conservadoras.

Destacam-se também as deputadas Bia Kicis (PSL_DF), cotada para a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e Caroline de Toni (PSL-SC), que defende o fim da cota feminina nas eleições. Ela acredita que a obrigatoriedade em lançar mulheres na política faz com que, muitas vezes, pessoas desinteressadas concorram apenas para cumprir a exigência da cota.

Em 2010, 29 de 45 mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados eram de siglas de esquerda. Os mesmos partidos elegeram apenas 27 mulheres em 2018.

 

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