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Mulheres: Damares Alves quer serviços mais humanizados

Ministra da Família fala ao Pleno.News sobre a necessidade de reconhecer onde a rede de proteção às mulheres está falhando

Virgínia Martin - 20/03/2019 14h47 | atualizado em 20/03/2019 15h38

A ministra acompanha as notícias no Pleno.News e lê também as informações sobre as ações do presidente Bolsonaro

É inegável que seja muito difícil governar o Brasil. Existem muitas “pedras pelo caminho”. O país acabou sofrendo com a calcificação de irregularidades e com urgentes demandas em diversas áreas. Na esfera do público feminino o alerta é assustador, tal o tamanho dos problemas que atingem as mulheres. Na lista estão complicações sofridas em decorrência da violência doméstica, estupros, abortos, feminicídio, desigualdade salarial…

Diante da responsabilidade de administrar estes e outros desafios está Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Apoiadora do governo Bolsonaro, Damares tem mais que um currículo de formação. Conhecida como guerreira de causas sociais, a atual ministra possui experiência de sobra com inúmeros casos contra os direitos humanos. Não é de hoje que luta em favor de injustiçados, de crianças e de adolescentes em situação de riscos graves, e da proteção às mulheres. À grande imprensa, Damares já afirmou que não existe uma “vertente religiosa” fundamentalista em sua gestão, ainda que seja também pastora e defenda os valores cristãos.

Nesta entrevista exclusiva concedida ao Pleno.News, a ministra Damares Alves relata suas preocupações. Ela ainda revela o que pretende fazer diante do caos que circula entre as necessidades e os ataques sofridos por mulheres no país.

À frente desse ministério que representa as mulheres do Brasil, o que considera hoje como o mais prioritário entre tantas demandas desse segmento?

Com certeza, o enfrentamento à violência contra a mulher. Os números nos assustam, os números nos apavoram. Precisamos fazer um enfrentamento e entender que esse enfrentamento vai ter que envolver inúmeros vetores da sociedade. Inúmeros agentes da sociedade deverão participar desse processo. A escola, a igreja, as religiões, os órgãos de proteção à mulher, o poder público, inclusive a imprensa. Todos terão que vir juntos nesse pacto em defesa da mulher, no enfrentamento à violência contra a mulher.

Sabia que tem mulheres que não vão ao IML porque têm medo de entrar lá? Será que nós não deveríamos humanizar esses espaços?

A violência doméstica continua sendo uma grave preocupação do cotidiano de muitas mulheres. Quais são os principais passos do Ministério para quebrar esses altos índices?

Primeiro, reconhecer onde a rede de proteção está falhando. Nós temos uma rede de proteção à mulher que é composta desde lá debaixo, ou seja, pela delegacia, pela vara judicial, pela promotoria, pela defensoria pública, pelo serviço de assistência médica especializado na violência contra a mulher. Que pontos dessa rede estão fragilizados? Em que áreas não temos conseguido os resultados que esperamos?

Não adianta termos uma boa delegacia da mulher, se nós não temos na cidade uma boa vara de enfrentamento à violência contra mulher, uma vara judicial e um hospital especializado em atender à mulher vítima de violência.

Deixa eu dar um exemplo prático: nós temos o IML, onde a mulher faz a perícia da violência. Sabia que tem mulheres que não vão ao IML porque têm medo de entrar lá? Será que nós não deveríamos humanizar esses espaços? Uma sala diferenciada para receber somente mulheres, com mulher atendendo mulher? Não seria bem melhor ter uma mulher preparada para receber outra mulher fragilizada, tão machucada, tão moída por dentro? Deveria haver ali um espaço especializado para receber mulheres, para que a perícia aconteça de uma forma mais humanizada, o que impediria que elas tivessem tanto medo de ir ao Instituto Médico Legal.

É isso que precisamos ver agora. É isso que o Ministério vai fazer. Qual é o elo mais fraco dessa rede de proteção à mulher? O que não está funcionando no Brasil?

Somos milhões de mulheres que são chefes de família, sozinhas, solitárias, criando filhos, com dupla e, às vezes, tripla jornada.

Como define a mulher brasileira de hoje?

Guerreira e cheia de esperança. Somos milhões de mulheres que são chefes de família, sozinhas, solitárias, criando filhos, com dupla e, às vezes, tripla jornada. Então, eu as defino como guerreiras e cheias de esperança. E essas mulheres estão, inclusive, nesse governo, depositando esperança de grandes mudanças.

E o que tem a dizer a todas as mulheres do Brasil?

Não vamos perder a esperança. Essa é a minha palavra para todas as mulheres. A minha palavra é que há solução, há esperança e nós precisamos caminhar com fé e esperança.

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