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“Mulher não é obrigada a ficar de quarentena com agressor”

Ministra Damares Alves teme por um aumento nos casos de violência doméstica

Rafael Ramos - 10/04/2020 15h17 | atualizado em 10/04/2020 15h19

Damares Alves revelou que conheceu uma segunda vítima de pastor que a abusou Foto: Reprodução

A ministra Damares Alves declarou, em entrevista ao portal UOL, nesta sexta-feira (10), que aguarda um boom de registros de violência doméstica durante a quarentena. Só no Rio de Janeiro houve um aumento de 50% dos casos depois que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou um aplicativo que registra denúncias, além de um atendimento às vítimas pelo site da ouvidoria do MDH.

– A mulher precisa acreditar que hoje a rede de proteção tem dado algumas respostas e não só o poder público. Encontramos na sociedade um movimento de apoio de inúmeras instituições. A mulher que quer denunciar terá uma resposta. E se, ao procurar um serviço de proteção, ela verificar que não tem para onde ir, a responsabilidade de proteção é do estado. Que as mulheres saibam que não são obrigadas a ficar de quarentena sob o mesmo teto que um agressor.

Com um rotina que lhe permite dormir apenas entre 3 e 4 horas por dia, a ministra revelou que fez o teste para o coronavírus e deu negativo. Ela estava com uma suspeita de gripe e sua filha indígena faz parte do grupo vulnerável à infecção.

– A gente precisa começar a voltar para o trabalho. Concordo com o presidente que o isolamento vertical vai funcionar, separando o grupo de risco. Algumas pessoas precisam sair para trabalhar: esse país não pode parar. Estamos com muitos mortos e uma vida vale mais que o mundo inteiro. Nosso presidente está com o coração nisso.

Damares deseja que o Brasil entenda as angústias de Bolsonaro e defendeu que as igrejas permaneçam abertas, mas sem grandes aglomerações porque haverá um momento em que as instituições religiosas serão necessárias por ter “um papel importante no conforto, no consolo e na ajuda emergencial”.

Questionada sobre a vontade de encontrar um dos pastores que a estuprou na infância, a ministra disse que conheceu outra vítima do homem durante uma de suas palestras. Apesar de não ter empatia por seu agressor, Damares garante que o perdoou e que só Jesus pode libertá-lo do inferno.

– Resolvi ter um encontro com ele, mas não recomendo para ninguém. Não é uma terapia. Estou escrevendo sobre abuso, fazendo uma grande pesquisa e quero saber quantas mais ele estuprou e o modus operandi dele. Temos que aprender a lidar com esse sofrimento. Eu me considero uma mulher curada, mas eu choro quando eu conto minha história.

 

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