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Múcio quer que comandantes do atual governo fiquem até a posse

Ex-presidente do TCU foi indicado por Lula para o Ministério da Defesa

Pleno.News - 09/12/2022 16h37 | atualizado em 09/12/2022 17h06

José Múcio Monteiro Filho Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

José Múcio nomeado ministro da Defesa, nesta sexta-feira (9), pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já opera nos bastidores para demover os atuais comandantes das Forças Armadas de deixarem o cargo antes da hora.

Múcio afirmou que a transição da cúpula militar de Jair Bolsonaro (PL) para a de Lula deve seguir as tradições da caserna. Normalmente, as passagens de comando ocorrem dias depois da posse presidencial.

– Tem que ser [depois da posse]. Vamos conversar para que tudo seja tranquilo, como se fosse uma mudança de guarda – disse Múcio.

– Tem que apaziguar, o papel principal é a harmonia entre as Forças. Não gosto de briga. Tudo que foge às regras, né?… O que se faz sempre facilita as coisas porque todos sabem como são. Vou pedir que as coisas se mantenham como sempre foram, tudo que passa para o campo do heterodoxo dá mais trabalho. Temos que respeitar os motivos deles e tentar expor nossas ideias – declarou.

Num gesto de apaziguamento, Múcio disse, após sua apresentação formal, que somente Lula poderá indicar se o futuro governo irá apoiar a aprovação no Congresso Nacional da PEC da desmilitarização. A proposta de emenda à Constituição restringe a presença de militares da ativa em cargos civis no Executivo. Ela vale para membros das Forças Armadas e forças de segurança pública nos estados. Se aprovada, os militares deverão passar à inatividade se decidirem por ocupar cargos de governo.

– Não sei [se o governo vai apoiar a PEC]. Qualquer coisa que eu dissesse agora seria precipitado. Se eu soubesse e lhe dissesse, seria mais complicado ainda. Será uma decisão do presidente, absolutamente – afirmou.

Múcio afirmou que não diria em público nem mesmo sua opinião sobre a proposta, travada pela base do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Atualmente, os militares podem ficar até dois anos afastados da Força a que pertencem, sem a necessidade de se “aposentarem” antecipadamente, e podem voltar à carreira depois de exercer funções políticas. É o que deverá ocorrer, por exemplo, com o almirante da Marinha Flávio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos de Jair Bolsonaro. Ainda na ativa, ele se prepara para retornar à Força Naval em janeiro.

Múcio tentará conversar com os atuais comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, e o da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Batptista Junior, na semana que vem.

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, já conversou com Múcio, segundo quem há total disponibilidade do governo Bolsonaro. Segundo Múcio, há uma boa relação com todos. As conversas devem ser retomadas, já com os comandantes indicados de Lula, na segunda-feira (12).

– É uma transição facílima, quem está com quem vai. Como se fossem as passagens de comando, conversar sobre os programas – garantiu Múcio.

– Bolsonaro foi meu colega durante 20 anos, converso sempre com ele. Quando ele perdeu as eleições fui cumprimentá-lo. Não há o menor problema. Democracia a gente tem que respeitar o contrário. Não precisa ser inimigo, pode ser adversário. Eles sabem em quem votei – completou.

O EXÉRCITO
Na última semana, o Alto Comando do Exército promoveu uma reunião e decidiu que a troca do comandante de Força não será antecipada. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, ficou acertado que a mudança irá ocorrer após a posse de Lula.

O veículo explicou que a ideia de antecipar a troca do comando das Forças Armadas partiu do comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Baptista Júnior. A intenção era que essa troca ocorresse no dia 23 de dezembro para que o governo de transição já pudesse escolher os novos chefes das Forças Armadas.

*Com informações da AE

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