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MP diz que esquema liderado por Crivella lucrou R$ 53 milhões

Prefeito do Rio foi preso na manhã desta terça-feira

Thamirys Andrade - 22/12/2020 15h34 | atualizado em 22/12/2020 17h16

Marcelo Crivella foi afastado a apenas 9 dias do fim do mandato Foto: Reprodução

O esquema criminoso supostamente chefiado pelo prefeito afastado Marcelo Crivella teria arrecadado ao menos R$ 53 milhões em propina, afirma o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (22), o subprocurador-geral Ricardo Ribeiro Martins disse que o esquema era realizado mesmo em contexto de crise financeira na Prefeitura.

– Apesar de toda a situação de penúria [da Prefeitura do RJ], que não tem dinheiro nem para o pagamento do 13º [salário], muitos pagamentos eram feitos por conta da propina […] A organização criminosa arrecadou dos empresários pelo menos R$ 50 milhões. Foi o que conseguimos apurar. Agora, quanto foi para cada um, aí realmente é algo que não temos essa previsão – explicou Martins.

As investigações apontam que as irregularidades começaram ainda durante a campanha eleitoral, em 2016. Segundo o MP, o prefeito era assessorado por Mauro Macedo, ex-tesoureiro de campanhas de Crivella, Eduardo Benedito Lopes, suplente no Senado e ex-presidente regional do PRB no Rio, e Rafael Alves, empresário e irmão de Marcelo Ferreira Alves, ex-presidente da Riotur. Os três cumpriam função de “aliciadores de empresários para participação em esquemas de corrupção”.

“PERSEGUIÇÃO POLÍTICA”
Marcelo Crivella (Republicanos) alega ser inocente e diz que está sendo alvo de perseguição política. O MPRJ, no entanto, nega que a operação foi deflagrada por razões externas. Segundo o subprocurador-geral, há indícios de que a “organização criminosa não se esgotaria” com o fim do mandato e, por isso, o pedido de prisão foi expedido.

– Se tivéssemos oferecido denúncia antes da eleição, poderiam dizer que estávamos favorecendo um ou outro candidato – afirmou Ricardo Martins.

Crivella foi detido na manhã desta terça-feira (22). Outras seis pessoas também foram alvos da operação, entre elas o ex-senador Eduardo Lopes, que não foi encontrado e segue foragido.

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