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Movimento negro se volta contra Anielle Franco em carta a Lula

Entidades do movimento negro se articularam e compuseram uma carta com queixas à ministra

Marcos Melo - 19/10/2024 15h42 | atualizado em 21/10/2024 11h41

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco Foto: Luna Costa/MIR

Dez entidades do movimento negro se articularam e compuseram uma carta, que foi enviada ao presidente Lula (PT), contendo desaprovações à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O manifesto ressalta a morosidade da pasta e cita o “apagamento da participação social” no tocante a promoção de questões inerentes à igualdade racial.

Dentre as entidades que aderiram às queixas estão a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e a Coordenação Nacional de Entidades Negras, ligadas à Convergência Negra, que teve origem na Bahia.

Em resposta, o ministério de Anielle afirmou que teve de recuperar e estruturar políticas históricas durante esses dois primeiros anos de governo, de acordo com o portal UOL.

Em meio aos descontentamentos estão os atrasos na ampliação de cotas para a 5ª Conferência Nacional de Igualdade Racial, que está prevista para acontecer de 25 a 29 de julho de 2025. Também foi mencionada a falta de investimento em políticas voltadas para atender aos quilombolas, e implementação de uma comunicação antirracista.

A carta critica também demissões de lideranças da frente negra, como o ex-secretário do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), Yuri Silva, que foi desligado da função em 7 de outubro.

O manifesto se dirigiu, além de Lula, ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e aos ministros de Estado: Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

A pasta da Igualdade Racial argumentou que a mudança na data da Conferência Nacional faz parte da estruturação do ministério e visa alinhar-se às regras eleitorais. Quanto às demissões, expôs que é prerrogativa da ministra e sinalizou o diálogo como solução para as demandas.

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