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Mourão diz ser contra dividir o Ministério da Justiça

Presidente em exercício se encontrou com o ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta sexta-feira

Pleno.News - 24/01/2020 14h21 | atualizado em 24/01/2020 16h51

Presidente em exercício, Hamilton Mourão afirmou ser contra a criação da Secretaria de Segurança Foto: Romério Cunha/VPR

O presidente interino, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (24) ser contrário à recriação do Ministério da Segurança Pública e afirmou que não se deve mexer em “time que está ganhando”.

– Se o presidente perguntar minha opinião, e aliás já conversamos, ele sabe que eu considero que a situação atual que estamos vivendo é um time que está vencendo. Usando aquele velho chavão, time que está ganhando a gente não mexe – declarou Mourão, ao deixar o gabinete da Vice-Presidência em Brasília.

Pouco antes, o presidente interino recebeu o ministro Sergio Moro (Justiça) para uma reunião. Caso a recriação da pasta da Segurança Pública se concretize, algo que ao menos por ora foi descartado nesta sexta-feira pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, Moro teria seus poderes esvaziados.

– O presidente já deixou claro que não está havendo essa situação no momento. Foi talvez fruto daquela reunião com os secretários de segurança pública, que trouxeram essa proposta. Ele acabou comentando isso quando chegou no [Palácio da] Alvorada, na quinta-feira [23] de manhã. E aí durante a viagem ele deve ter pensando e mudou de opinião – explicou.

Apesar de ter opinado contra o desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Mourão afirmou que não tratou do tema na agenda que manteve com Moro. De acordo com o presidente interino, na reunião ambos conversaram sobre a criação da Força Nacional Ambiental, proposta lançada pelo governo nesta semana.

A possibilidade de separação do ministério da Justiça em duas estruturas criou atritos entre Bolsonaro e Moro, cujas atribuições seriam enfraquecidas.

Conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo revelou um dia antes, o pedido de recriação da Segurança foi articulado com Bolsonaro antes de sua reunião com secretários estaduais da área, ocorrida na quarta (22) e que reacendeu o processo de fritura de Moro.

No dia seguinte, Bolsonaro falou sobre a ideia.

– Se for criado [o Ministério da Segurança], aí ele [Moro] fica na Justiça. É o que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança – afirmou o presidente, antes de embarcar para uma viagem à Índia.

A fala de mandatário iniciou um processo de fritura de Moro, gerou críticas de aliados e repercussão negativa nas redes sociais. Moro disse a aliados que poderia deixar o governo caso de fato tivesse seus poderes esvaziados.

Diante da reação, Bolsonaro minimizou sua fala e afirmou nesta sexta, já na Índia, que há “zero chance” de um ministério da Segurança Pública ser criado “no momento”.

– A chance no momento [de criar um ministério da Segurança Pública] é zero, não sei o amanhã, porque na política tudo muda, mas a intenção não é criar – afirmou Bolsonaro.

Questionado, Mourão também disse nesta sexta-feira que a proposta de separação das pastas não abalou Moro.

– O ministro Moro é uma pessoa muito tranquila, um homem acostumado a sofrer a pressão. Isso aí não abala ele – ressaltou.

*Folhapress

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