Paulo Moura - 06/05/2020 08h05 | atualizado em 06/05/2020 08h11

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu na terça-feira (5) o prazo de 72 horas para que o governo entregue os arquivos de vídeo de uma reunião realizada entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão, e ministros do governo federal. A agenda foi citada pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, em depoimento no último sábado (2) à Polícia Federal (PF).

A gravação pedida por Celso de Mello é referente ao trecho do depoimento em que Moro alegou que foi cobrado por Bolsonaro, em uma reunião do conselho de ministro no dia 22 de abril, para que fizesse a substituição do superintendente da PF do Rio de Janeiro e do então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo. Segundo Moro, as reuniões eram gravadas.

No pedido feito pelo ministro do STF, foi solicitado que o material seja enviado conforme foi gravado originalmente, para que sejam impedidas quaisquer modificações que possam prejudicar ou alterar o conteúdo do vídeo.

– As autoridades destinatárias de tais ofícios deverão preservar a integridade do conteúdo de referida gravação ambiental (com sinais de áudio e de vídeo), em ordem a impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos, eis que mencionada gravação constitui material probatório destinado a instruir, a pedido do Senhor Procurador-Geral da República, procedimento de natureza criminal – destacou na solicitação.

Mais cedo, também na terça, o ministro Celso de Mello já havia autorizado um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a PF pudesse ouvir depoimentos dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil), da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e dos delegados da PF Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira, Maurício Valeixo e Alexandre Ramagem.

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