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Ratinho diz que Moro é ‘único herói brasileiro no momento’

Ministro foi entrevistado pelo apresentador e falou, entre outros assuntos, sobre o vazamento de diálogos

Henrique Gimenes - 19/06/2019 00h04 | atualizado em 19/06/2019 01h17

Nesta terça-feira (18), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi entrevistado pelo apresentador Ratinho, no SBT. Entre os assuntos falados estão o vazamento de diálogos da operação Lava Jato, o combate ao crime no Brasil e propostas para o futuro.

Logo no começo do programa, Ratinho disse que Moro é “o único herói brasileiro no momento”. Moro apareceu então para ser entrevistado.

Um dos questionamentos foi sobre os vazamentos, pelo site The Intercept, de supostas conversas que teve com procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol. Para o ministro, a sociedade precisa ficar preocupada com os ataques hackers.

– Todos devemos nos preocupar porque é um ataque contra as instituições. Não fui só eu a vítima, mas também procuradores da Lava Jato. Temos notícias até de jornalistas, e igualmente de parlamentares. É um ataque orquestrado. E na minha opinião, não estamos falando de um adolescente na frente do computador, mas um grupo criminoso organizado cujo objetivo é obstaculizar os avanços das investigações. Em relação às mensagens, eu não posso confirmar porque eu não tenho mais as mensagens. Eu tenho a absoluta confiança de que sempre agi com lisura – apontou.

Sergio Moro também disse que ele mesmo viu a tentativa de invasão do seu telefone.

– Eu vi que começaram a disseminar as questões de contra inteligência, para despistar. Semana passada um hacker começou a invadir telefones e fazer brincadeiras, para passar a tese do adolescente irresponsável. Esta semana começou outra informação, a de que seria um procurador. Tudo conversa fiada. Eu vi a tentativa de atacar o meu telefone. Eu recebi três ligações do meu mesmo número. Em seguida invadiram o aplicativo Telegram. Não é alguém que traiu, existe um grupo criminoso organizado que tenta obstaculizar investigações ou buscar a anulação de quem já foi condenado por corrupção, alguém que tinha conta na Suíça ou quem recebeu favores de empreiteiras. O objetivo é muito grave – destacou.

O ministro ainda comentou os protestos que estão sendo marcados pelos apoiadores do governo para o dia 30. Entre as pautas está a reforma da Previdência e a defesa da operação Lava Jato.

– As pessoas se acostumaram com a impunidade, principalmente a da grande corrupção. Se olharmos os cinco último anos, e cabe eventuais críticas a operação Lava Jato embora não concorde com muitas, houve uma mudança. Pessoas que nunca imaginamos responderam processos, foram condenados e responderam por corrupção. O quadro mudou e as pessoas percebem que isso gera uma reação. Tem muita gente querendo voltar à situação anterior da impunidade e da corrupção. As pessoas percebem isso e querem manifestar seu apoio. O governo não influi nisso [organização das manifestações] – ressaltou.

Moro também foi questionado sobre o peso da lei para adolescentes que cometem crimes, citando como exemplo professores que são agredidos por alunos. O ministro disse que concordar que o tempo máximo de internação é pouco.

– A criança e o adolescente precisam de um tratamento diferente de um adulto que comete crimes, mas por outro lado, não pode ser aquele tratamento leniente que passa a mão na cabeça e achar que isso resolve. Há muita reclamação de que o tempo de internação de adolescentes que cometem crimes bárbaros é muito pequeno. Eles têm razão nessa crítica. As vezes [o adolescente] comete um assassinato e o tempo máximo [detido] é de três anos. As pessoas não entendem, mas devem cobrar do governo e do Congresso para mudar a Legislação – explicou.

Ao longo da entrevista, Ratinho também perguntou para qual time de Futebol o ministro torcia. Moro, em tom de brincadeira, se negou a responder a questão.

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