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Moro sobre vazamentos: ‘Claro que o objetivo é soltar Lula’

Ministro avaliou a divulgação ilegal e contínua das mensagens de integrantes da Lava Jato

Ana Luiza Menezes - 08/08/2019 21h34 | atualizado em 08/08/2019 21h43

Ministro da Justiça, Sergio Moro Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

O ministro Sergio Moro voltou a avaliar os ataque aos celulares de autoridades brasileiras. Em entrevista à revista Isto É, ele afirmou que um dos objetivos das mensagens interceptadas pelos hackers era anular a Operação Lava Jato.

A declaração de Moro foi baseada na exposição ilegal de conversas entre ele e procuradores de Curitiba. Para Moro, além de querer impactar a Lava Jato, os envolvidos no vazamento queriam viabilizar a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

– Está claro que um dos objetivos é anular condenações, entre elas a de Lula – disse.

Questionado sobre a razão de apenas as suas mensagens terem sido divulgadas, uma vez que vários políticos foram hackeados, o ministro demonstrou confiança nas apurações da polícia.

– As investigações vão revelar o que estava por trás disso. Houve um movimento na divulgação com o sentido de atacar a Lava Jato e o esforço anticorrupção que fizemos nos últimos anos. Talvez o objetivo seja anular condenações, impedir novas investigações. Se verificarmos o grande sensacionalismo na divulgação dessas mensagens, muitas vezes com distorções no conteúdo, de contexto e que nem se pode dizer que sejam autênticas, é de supor que o objetivo principal era impactar a Lava Jato – avaliou.

Moro revelou ainda que acredita que o grupo criminoso agiu com a intenção de se beneficiar financeiramente.

– A minha impressão é que, considerando o perfil dos presos, que sugere pessoas envolvidas em práticas de estelionato e fraudes eletrônicas, eles foram movidos por propósitos de ganho financeiro – declarou.

O ministro falou ainda sobre a participação do jornalista americano Glenn Greenwald no caso e o envolvimento de Manuela D’Ávila. Segundo ele, cabe à Polícia Federal determinar ou não se a ex-deputada será ouvida, embora considere natural que pessoas relacionadas prestem depoimento.

A respeito de Glenn, Moro voltou a afirmar que não há risco de deportação, uma vez que a portaria do Ministério a Justiça se trata de impedir estrangeiros envolvidos em práticas como terrorismo, exploração sexual infantil, crime organizado armado, entre outros crimes.

– Quando divulgamos a portaria, algumas pessoas disseram: ah, mas é uma retaliação ao jornalista americano. Primeiro, ele já está no País. Segundo, não está enquadrado em nenhuma dessas condutas criminais. E, terceiro, pelo fato de ser casado com um brasileiro, e ter filhos brasileiros, ele sequer poderia ser deportado. Então, temos de ter cuidado com essas tentativas de gerar ainda mais sensacionalismo. A medida não tem nada a ver com o caso do jornalista do Intercept – comentou.

Com foco em executar bem seu papel de ministro, ele ressaltou que sua missão é dar prosseguimento ao combate à corrupção e na intensificação de medidas contra o crime organizado.

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