Moro sobre 2022: “Eu não quero ser candidato de nada”
Ministro comentou polêmicas durante entrevista
Gabriela Doria - 28/08/2019 22h12
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, concedeu entrevista ao programa Em Foco, da jornalista Andréia Sadi, na GloboNews. Entre os temas abordados, Moro foi questionado sobre supostos desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro acerca do tema da corrupção.
– Eu assumi um compromisso com o presidente Bolsonaro contra a corrupção. Estou tentando realizar essa missão. E com certeza o presidente permanece firme com os compromissos que assumiu com o país – observou.
Moro também foi perguntado sobre o excludente de ilicitude e se isso dá “carta branca” para o policial matar.
– Eu sou contra [matar criminosos]. Criminoso tem que ir preso. Não existe essa coisa de “permissão para matar” no pacote anticrime. Isso é um discurso político. O que existe é um discussão jurídica sobre a situação em que o policial acaba matando, é preciso debater isso – pontuou Moro.
No entanto, Moro defendeu maior rigor no julgamento de criminosos e questionou os benefícios dados na prisão
– Se o preso não faz a escolha básica de deixar de ser um soldado do crime, por que tem que receber o benefício da saidinha, da progressão de pena? A ideia [do pacote anticrime] é impor uma escolha. Não faz sentido dar benefícios para quem escolhe o mundo do crime – declarou o ministro.
Sergio Moro também afirmou que o conteúdo das mensagens divulgadas pelo site The Intercept não afetam a Lava Jato e nem sua imagem. Para ele, tudo não passou de “sensacionalismo”.
– Eu acho que as mensagens do The Intercept não têm mais reflexo. O que há é um hackeamento criminoso, que não demonstra sua autenticidade e que foi divulgado com sensacionalismo. Não mostraram nenhuma fraude nem nada de errado – afirmou.
Já sobre uma possível candidatura para a Presidência em 2022, Moro foi taxativo.
– De forma alguma [vai se candidatar]. Eu não quero ser candidato de nada, não tenho o perfil. Minha missão é específica e técnica. Essa ideia [de candidatura] surge daquelas teorias da conspiração que servem para causar intriga – disse o ministro.
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