Pierre Borges - 02/12/2021 15h05 | atualizado em 02/12/2021 15h50

Nesta quinta-feira (2), o ex-juiz Sergio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter comemorado quando o ex-presidente Lula foi solto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prisão de condenados em segunda instância.

– O presidente não fez nada [para reverter a decisão do STF que vetou a prisão em segunda instância]. E, na verdade, o que a gente sabia é que o Planalto, o presidente comemorou quando o Lula foi solto em 2019, porque ele entendia que aquilo beneficiava ele, literalmente. Então, ele não trabalhou para manter a execução [da pena] em segunda instância – disse Moro em entrevista à Jovem Pan Paraná.

Moro afirmou que o presidente sabotou suas ações enquanto ele esteve no cargo de ministro da Justiça. Disse ainda que a promessa de Bolsonaro de que não iria poupar nem mesmo os membros do governo de investigações, a fim de fortalecer o combate à corrupção, não foi cumprida.

– Ele [Bolsonaro] não fez nada disso. Ao contrário, começou a sabotar o que eu fazia. Até que chegou em um momento [em] que eu simplesmente saí [do ministério] – afirmou.

O ex-juiz da Lava Jato deixou seu cargo no governo de Bolsonaro em abril de 2020, sob forte tensão. Na ocasião, Bolsonaro havia exonerado recentemente Maurício Valeixo, profissional de confiança de Sergio Moro, do cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), o que gerou graves acusações de que o presidente estaria tentando intervir no órgão. Moro foi um dos que fortaleceram essa narrativa.

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