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Moraes teve reportagem como base única contra empresários

Operação têm o objetivo de paralisar qualquer tipo de financiamento aos atos vistos como antidemocráticos

Gabriel Mansur - 25/08/2022 19h07 | atualizado em 25/08/2022 19h56

Ministro Alexandre de Moraes, do STF Foto: EFE/Joédson Alves

O mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra os oito empresários que supostamente citavam um golpe em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições, teve como base única a reportagem do Metrópoles sobre conversas de teor golpista num grupo de WhatsApp. Nenhuma outra diligência preliminar foi realizada antes do pedido da Polícia Federal para investigar o grupo.

Segundo informações da Folha de São Paulo, as ações têm o objetivo, principalmente, de paralisar imediatamente qualquer tipo de financiamento em andamento de atos vistos pela Suprema Corte como antidemocráticos. A decisão de Moraes é mantida em sigilo e não há prazo para o segredo de Justiça cair.

Segundo relatos, as convocações do presidente Jair Bolsonaro (PL) para atos no bicentenário da Independência, em 7 de Setembro, que constavam nas mensagens, foram levadas em consideração na escolha das buscas. Uma das mensagens mostra Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, falando das manifestações convocadas pelo presidente Bolsonaro e cita uma possível união do povo ao Exército.

– O 7 de Setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top, e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro – postou no grupo.

O entendimento de pessoas que participam da apuração é que, se comprovada a atuação dos empresários para organizar ou financiar qualquer ato contra o Estado democrático de Direito, se trata de mais um evento da associação criminosa investigada no inquérito das milícias digitais.

Além das buscas para avançar na apuração e comprovar ou não a atuação dos empresários, as outras medidas simultâneas pedidas pela PF, como a quebra de sigilo e bloqueio bancário dos empresários, pretendem estancar qualquer ação para organizar ou financiar atos contra o Estado democrático de Direito.

Além de Marco Aurélio Raymundo, dono da Mormaii, também foram alvos de busca Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Nigri, da Tecnisa, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.

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