Moraes impõe multa por posts sobre voto de Marcola em Lula
Magistrado apontou "recalcitrância em divulgar mensagens sabidamente inverídicas, no dia do pleito"
Pleno.News - 03/10/2022 13h27 | atualizado em 03/10/2022 15h05
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), impôs multa de R$ 15 mil a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que descumpriram sua decisão de mandar remover publicações que afirmam que o traficante Marcola, do Primeiro Comando da Capital (PCC), declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva (PT). O magistrado apontou “recalcitrância em divulgar mensagens sabidamente inverídicas, no dia do pleito”.
A multa atinge o senador Flávio Bolsonaro, os youtubers Bernardo Kuster, Leandro Ruschell e Kim Paim, a blogueira Barbara Destefani e outros. Moraes também determinou que eles se abstenham de fazer publicações com o mesmo conteúdo, aumentando a multa a ser imposta em casos de novos descumprimentos, para R$ 30 mil.
O despacho foi assinado às 17h50 deste domingo (2) e ainda ordenou que o Twitter e o Gettr suspendessem uma série de publicações, pelo prazo de uma hora, sob pena de multa de R$ 100 mil.
A decisão que, segundo Moraes, foi contrariada, foi dada no início do domingo sob o argumento de que a informação é “inverídica e descontextualizada”. Na avaliação do ministro, o TSE não poderia permitir a circulação de uma notícia falsa na véspera da eleição.
A informação começou a circular a partir de um grampo da Polícia Federal.
– É melhor, mesmo sendo pilantra – diz a gravação.
No despacho, Moraes disse que a conversa não indica “qualquer declaração de voto” em Lula.
– Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto – diz um trecho da decisão.
O presidente do TSE lembrou ainda que Marcola está com os direitos políticos suspensos por causa de uma condenação e, portanto, não pode votar.
*AE
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