Marcos Melo - 21/05/2025 16h39 | atualizado em 21/05/2025 18h42

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi uma das entrevistadas no Pleno Time desta quarta-feira (21), no canal do Pleno.News no YouTube. Na oportunidade, ela falou sobre a iminente prisão após condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No dia 14 deste mês, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, condená-la com o hacker Walter Delgatti. A deputada foi sentenciada a dez anos de prisão em regime fechado. Carla e Delgatti terão de pagar, juntos, uma indenização de R$ 2 milhões.

Questionada se teria medo de ser presa, Zambelli respondeu:

– Não é medo, Marcos. É um outro tipo de sentimento. É como se fosse assim, eu estou me sentindo como uma pessoa que tem câncer terminal e que vai morrer daqui a uns dez dias. Então, é como se eu estivesse nos meus últimos respiros de vida e que eu tivesse que colocar um monte de coisa pra fora ainda, falar um monte de coisa, viver um monte de coisa, aproveitar meus pais, aproveitar meu filho, minha família, meus amigos, eu estou preocupada com a minha equipe do gabinete… Não é o medo de eu ir pra lá e ficar na cadeia, eu acho que minha saúde é precária, tenho receio em relação à minha saúde, porque eu tenho muitas síndromes, eu tenho doenças raras, que não é qualquer médico que sabe cuidar, eu tomo 17 remédios por dia, diferentes, eu não sei como é trânsito de remédio dentro do presídio, então é esse tipo de receio.

A deputada seguiu falando de seu sentimento diante do drama e declarou que sua família sabe que ela apodrecerá na cadeia.

– Eu tenho confiança em Deus. Eu sei que estou sendo perseguida porque eu trabalho por Deus. Eu trabalho sempre pedindo para que Ele me use como instrumento Dele, de Sua paz, de Suas intenções na Terra, e eu tenho certeza que aqueles que são perseguidos por fazerem o bem, a eles pertencem o Reino dos céus. Nossa passagem aqui é muito rápida, mas eu acho que eu tinha muito a contribuir ainda, entende? É um sentimento muito difícil, mas o mais difícil é ver a tristeza dos meus pais, do meu filho, dos meus amigos, chorando, sabe, porque sabem que eu vou apodrecer na cadeia. O Daniel [Silveira] está lá há tanto tempo e pouca gente lembra dele e ele tomou menos anos de cadeia que eu: foram nove anos, o meu é 15. E podem querer me condenar depois que eu for presa, ainda. Pra eu nunca mais sair de lá.

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