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“Milton Ribeiro usou o nome de Bolsonaro sem consentimento”

Afirmação foi feita pelo advogado do presidente, Frederick Wassef

Pleno.News - 25/06/2022 18h20 | atualizado em 27/06/2022 11h04

Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O advogado Frederick Wassef, que defende a família Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira (24), que o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, usou o nome do presidente Jair Bolsonaro “sem consentimento”. Em escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF), Ribeiro teria dito que recebeu uma espécie de alerta do presidente sobre a Operação Acesso Pago.

– Ele usou o nome do presidente sem conhecimento, sem autorização. Cada um se explique pelo que fala – disse Wassef, em entrevista no Palácio do Planalto.

E continuou:

– Compete ao ex-ministro explicar por que ele usa o nome do presidente de forma indevida – apontou.

O grampo motivou a remessa ao Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito da Operação Acesso Pago, que investiga um suposto gabinete paralelo de pastores no MEC.

– Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa – disse o ex-ministro em telefonema com a filha Juliana Pinheiro Ribeiro de Azevedo, no último dia 9.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quarta (22). A Polícia Federal (PF) prendeu Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. No entanto, eles foram libertados por ordem do desembargador Ney Bello e aguardam o desenrolar das investigações em liberdade.

O Estadão teve acesso à conversa interceptada pela Polícia Federal. O ex-ministro afirma ter sido procurado por Bolsonaro.

– Hoje o presidente me ligou… Ele tá com um pressentimento novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? – contou Milton Ribeiro.

A filha do ex-ministro, então, perguntou se Bolsonaro pediu ao pai para parar de mandar mensagens.

– Eu não sei se ele tem alguma informação. Eu estou ligando do meu celular normal, viu pai? – disse ela.

O advogado do presidente afirmou que a divulgação do áudio é um “vazamento criminoso de um material em segredo de justiça”.

O Ministério Público Federal, em manifestação judicial, citou a existência da gravação e classificou como “possível interferência ilícita” de Bolsonaro na investigação, com o vazamento da investida da PF.

Segundo o advogado, Bolsonaro está “tranquilo porque não tem nada a ver com a história”. Apesar do telefonema relatado por Ribeiro, o advogado disse que o presidente não mantém contato com o ex-ministro.

– O presidente não tem nenhuma informação sobre a investigação, não tem acesso a informação privilegiada, não interfere na PF – alegou Wassef.

O advogado repetiu o discurso de aliados do presidente de que a máquina pública está sendo usada com fins políticos para prejudicá-lo, às vésperas das eleições.

Ele também negou que o presidente tenha intercedido junto à PF para evitar a transferência de Ribeiro de Santos para Brasília, como ordenara a Justiça, onde seria interrogado pelo delegado Bruno Calandrini.

O chefe da investigação afirmou que houve interferência superior no caso, o que o deixou sem autonomia para investigar. Segundo o delegado, Ribeiro recebeu tratamento privilegiado.

*AE

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