Henrique Gimenes - 28/05/2020 16h01 | atualizado em 28/05/2020 17h10

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, nesta quinta-feira (28), que o diálogo entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário precisa ser mantido. Ele também falou sobre uma possível atuação das Forças Armadas para resolver a crise política e disse que os “militares têm responsabilidade e sabem o seu papel”.

As declarações foram dadas durante uma entrevista coletiva.

Durante a manhã, Bolsonaro criticou uma operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quarta-feira (27), que teve como alvos diversos apoiadores. A ação ocorreu no inquérito das Fake News, do STF, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ao comentar o caso, o presidente afirmou que “ordens absurdas não se cumprem” e deixou claro que é preciso “botar um limite nessas questões”.

Maia comentou as declarações e disse que é preciso respeitar as decisões de outros poderes mesmo quando elas não agradam.

– Em relação às decisões de outro poder, elas precisam ter convergência (…) A gente não pode, num sistema democrático, entender que só aquilo que nos interessa, que nos agrada é o correto – disse.

Ele defendeu um “retorno ao caminho do diálogo” entre os ministros do STF, o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e a Câmara dos Deputados.

– Qualquer frase mal colocada, como a de hoje pela manhã, vai esgarçando as relações (…) Espero que possamos voltar ao caminho do diálogo, o respeito institucional. Como eu disse aqui, a Câmara dos Deputados respeita as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), por mais que possamos criticá-las e que possamos recorrer (…) Espero que os ministros do Supremo, o presidente da República, o presidente [do Senado] Davi [Alcolumbre] e eu. Que todos possam dialogar e encontrar convergências – explicou.

O presidente da Câmara também comentou declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que defendeu uma ação dos militares na crise entre os poderes.

– Eu acredito que os militares têm responsabilidade e sabem o seu papel. Sabem que o seu papel não é o que muitas vezes é defendido pelo deputado Eduardo Bolsonaro – afirmou.

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