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‘Meu sonho é fazer um Brasil diferente’, diz Bolsonaro

Presidente eleito fez transmissão ao vivo no Facebook e apontou mudanças

Ana Luiza Menezes - 09/11/2018 19h47 | atualizado em 09/11/2018 19h55

Jair Bolsonaro, Presidente da República eleito Foto: Rogério Melo/PR

Nesta sexta-feira (9), o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) participou de uma live em seu perfil do Facebook. Minuto antes, ele anunciou que seu intuito era “conversar um pouco com todos a respeito dos fatos mais recentes e de interesse do Brasil”.

Mais de 60 mil pessoas curtiram a publicação que informou sobre a transmissão ao vivo. Muitos se declararam fãs e um admirador chegou a escrever que só por suas postagens nas redes sociais, Bolsonaro já fez mais do que os outros presidentes. Já ao vivo, mais de 100 mil usuários pararam para ouvir o que ele tinha a dizer.

No discurso, Bolsonaro explicou que estava voltando com as lives, a fim de passar informações diretas para seus simpatizantes, tendo a verdade acima de tudo. Logo no início, ele falou sobre sua rápida passagem por Brasília, onde gostaria de ter passado mais tempo, mas estava impossibilitado uma vez que ainda carece de cuidados quanto a sua saúde.

Em tom franco, novo líder do governo brasileiro falou sobre paz e revelou que gostaria de fazer viagens a outros países para estreitar laços e fazer acordos bilaterais. Ele também comentou a questão da biodiversidade da amazônia brasileira.

Bolsonaro criticou a exploração clandestina de áreas do território nacional. Segundo ele é possível fazer acordo com alguns países sobre biodiversidade, sem viés ideológico.

– Não tenho problemas com a China nem com os Estados Unidos. Já recebi embaixadores e nós queremos que os produtos do Brasil sejam colocados lá fora no melhor preço possível para nós – disse.

Outro assunto em pauta foi a questão mineral. Ele citou a exploração do nióbio.

– Não podemos entregar o nióbio. Duvido que se o empresário brasileiro tivesse confiança no seu presidente, faria negócio com outro país. Vamos investir em pesquisas. A Alemanha utilizam, por exemplo para fabricar chacis de automóvel. E países usam em estruturas de prédios, pois é um produto mais resistente a abalos sísmicos. Tem uma infinidade de aplicação e não podemos continuar entregando algo que só nós temos. Falta espírito de patriotismo – analisou.

Lembrando que ainda não é presidente do país, ele voltou a falar sobre Brasília, explicando que esteve na cidade apenas por dois dias, sendo um para visitas protocolares e outro para ir ao banco do Brasil. Bolsonaro também se defendeu de acusações da imprensa quanto ao seu posicionamento quanto ao reajuste do judiciário.

– Estão botando na minha conta o reajuste do judiciário como se estivesse em meu poder decidir. Eu dei apenas a minha opinião, mas a decisão está nas mãos do presidente Michel Temer, como antes estava nas mãos do Eunício Oliveira – declarou.

REFORMA NA PREVIDÊNCIA
Um das questões abordadas por Bolsonaro foi a reforma na previdência. Ele disse que conversou com Paulo Guedes e ambos acreditam que são necessárias algumas mudanças.

– Temos que rever alguma coisa. Eu gostaria de dar mais direitos para todo mundo, mas o Brasil está chegando a um limite. Não queremos nos transformar na Grécia, que anos atrás entrou em colapso. Aqui, está complicada a questão da previdência. Queremos destravar a economia. Temos que decidir entre ter todos os direitos e desemprego ou menos direitos e mais empregos. Eu quero acabar com o desemprego – avaliou.

ISRAEL
Sobre a alteração da embaixada brasileira para Jerusalém, ele anunciou que não está contra Israel. Bolsonaro defende que a embaixada deve estar na capital.

– O Brasil não mudou a capital para a Brasília? Nós, aqui no Brasil, nos damos bem com todos e não queremos problemas. Queremos paz e queríamos que o problema no Oriente Médio estivesse resolvido. Tivemos conversas maravilhosas com vários países e queremos fortalecer laços comerciais com todos – falou.

GOVERNO
Bolsonaro falou brevemente sobre suas escolhas para os cargos nos ministérios. Ele afirmou que não deseja “quebrar” os trabalhadores brasileiros e que seu time conta, como todos já sabem, com Paulo Guedes, que planeja diminuir impostos e “abrir o mercado”.

– Vejo que o mercado e os empresários confiam nele. O general Heleno vai ficar no gabinete de segurança, ao meu lado.Ele é um jovem de 70 anos, que vai me aconselhar. Serviu ao Exército e é um brasileiro de verdade. Assim, ele abriu o Ministério da Defesa para outra pessoa – disse.

Ele não revelou quem ocupará o cargo que seria de Heleno, mas prosseguiu seu discurso elogiando outros nomes, como Marcos Pontes. O astronauta, que comandará o Ministério da Ciência e Tecnologia, recebeu elogios e foi foi apontado como a pessoa certa.

– É motivo de orgulho para nós. Estava na Nasa e é a pessoa adequada. Tem iniciativa e já estamos conversando. Temos planos para a base de Alcântara e os quilombolas que estão ao lado. Vamos treinar a garotada para trabalhar lá na base de lançamento e dar meios para eles se libertarem e não ficarem vivendo de favor do Estado – afirmou.

Sobre Sergio Moro, Bolsonaro garantiu que ele terá “carta branca para combater a corrupção e o crime organizado”. Ele elogiou o fato de o juiz aceitar abrir mão de 22 anos de seu cargo como magistrado por amor ao Brasil.

Os nomes de Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina também foram comentados. Bolsonaro lamentou o fato de “outro colega” ter achado que seria escolhido para o cargo de ministro da Agricultura apenas por uma questão de amizade. O presidente eleito enfatizou que deseja ver pessoas trabalhando de verdade e não por interesse. Ele afirmou que é muito difícil ser agricultor no Brasil e criticou multas que o governo até o momento tem aplicado a pessoas que trabalham no setor agrícola.

Melhorias em outras áreas, como o turismo, também foram avaliadas por ele. Citando exemplos de áreas abandonadas, principalmente no Rio de Janeiro, que é o estado que ele mais conhece, Bolsonaro deu a entender que pretende atrair investidores estrangeiros para a revitalização de áreas que poderiam abrigar hotéis, chamando turistas e criando empregos para a população local.

– O turismo preservaria o meio ambiente não da forma xiita como o Ibama vem fazendo até hoje – comentou.

Sobre a esdução, ele afirmou que este é “um ministério complicado”. Ainda não há um nome definido para este cargo. Bolsonaro criticou a última prova do ENEM, que teve uma questão sobre linguagem LGBT.

– O que temos a ver com isso? Vai obrigar a molecada a se inteirar disso para se preparar para a prova do ano que vem? No ano que vem não vai ter. E isso ainda fica estimulando a briga entre pessoas que tem opções diferentes, o que não queremos. Queremos pacificar o pessoal e que as pessoas aprendam a ganhar o seu ‘pão’ e que escolham depois o que querem. Seja feliz, mas não obrigue isso nas escolas. Quem ensina sexo é papai e mamãe. Por isso, precisamos de um bom ministro da Educação – disse.

Seu discurso continuou sobre este assunto, questionando o verdadeiro sentido da educação no país.

– Você tem que ser um bom profissional, bom patrão ou empregado e não conhecedor dessas besteiras. Me chamam de homofóbico e facista, mas os brasileiros que votaram em mim não querem mais isso. Quando o filho está indo para a escola não é para aprender a fazer sexo. Ninguém quer impor nada, nós queremos a normalidade – declarou.

Perto do fim de sua transmissão, ele também criticou outros problemas atuais de colégios, como o desvio de merendas. Ele lembrou que com Moro no Ministério da Justiça, esse tipo de corrupção também vai ter que acabar.

– Queremos combater o que está dando errado. (…) Meu sonho é fazer um Brasil diferente, respeitando a todos. Obrigado a todos vocês, por confiarem em mim – concluiu.

– Fatos mais recentes e de interesse do nosso Brasil.. Link no youtube: https://youtu.be/evjJlEiTrKo

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta, 9 de novembro de 2018

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