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Mesmo sob silêncio de Wizard, Renan insiste em perguntas

Relator da CPI chegou a exibir vídeo do empresário

Pleno.News - 30/06/2021 13h53 | atualizado em 30/06/2021 14h46

Senador Renan Calheiros, relator da CPI da pandemia
Senador Renan Calheiros, relator da CPI da pandemia Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Mesmo com o empresário Carlos Wizard declarando que ficaria em silêncio durante seu interrogatório na CPI da Covid, o relator, Renan Calheiros, insistiu em fazer perguntas ao investigado e exibiu um vídeo em que o empresário fala em “forrar” o Brasil com cloroquina para tratar a Covid-19.

Em sua fala inicial à CPI, que até agora promete ser a única e última com a versão do empresário, Wizard negou fazer parte de gabinete paralelo e de realizar qualquer movimento para compra de medicamentos para combate à Covid-19. Desde então, a cada pergunta de Renan e de outros integrantes da comissão, Wizard repete a frase: “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”, amparado pela decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A situação fez com que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), sugerisse até mesmo o uso de um gravador pelo depoente.

– É melhor ele colocar um gravador e nem precisa abrir a boca… [para dizer:] “me reservo aqui ao direito de ficar…” – ironizou Aziz.

Uma exceção foi quando o relator perguntou de sua relação com a empresa Belcher Farmacêutica, representante do laboratório chinês CanSino Biologics no Brasil (responsável pela vacina Convidecia). Nesse momento, o empresário resgatou o que disse inicialmente à CPI, quando negou envolvimento no caso.

– Citei esse aspecto na minha fala inicial, inclusive fiz questão de apresentar nessa mesa a juntada sobre esse assunto – disse Wizard.

Outro momento em que o empresário não apelou ao direito ao silêncio foi quando a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) perguntou-lhe sobre a religião dele. No momento, Wizard exibiu seu próprio livro e sugeriu-o a quem “tem interesse em conhecer um pouco mais da obra humanitária” que realizou em Roraima. Após a atitude, o empresário foi advertido por Aziz.

– Vai vender livro aqui, não – repreendeu o presidente da CPI.

Renan acusou o empresário de mentir ao fazer sua exposição à CPI, além de imputar-lhe diversos crimes, inclusive o de “charlatanismo”.

– E é por isso que está sendo investigado. Isso por si só é um crime contra a humanidade – disse Aziz.

A declaração veio logo após o relator exibir um vídeo em que Wizard defende que todos os municípios no Brasil usem o kit de tratamento precoce para combater a Covid-19. Nele, o empresário faz uma “homenagem” ao prefeito da cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, que teria assumido compromisso com a população da cidade de que ninguém iria morrer vítima da Covid-19, em razão do uso do tratamento precoce.

– [O prefeito] preparou um kit. Com primeiros sintomas da doença, [paciente] recebe o tratamento, e sabe o que acontece? Ninguém morreu de Covid-19 na cidade de Porto Feliz […] Por que não podemos fazer a mesma coisa em todos os municípios desse país? – Wizard declara no vídeo.

Logo após a exibição do vídeo, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, destacou que 122 pessoas morreram naquela cidade em razão da Covid-19.

*AE

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