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Mercado teme que Haddad seja gastador e que falte articulação

Petista foi nomeado ministro da Fazenda do novo governo Lula

Thamirys Andrade - 09/12/2022 16h15 | atualizado em 09/12/2022 16h32

Fernando Haddad Foto: EFE/Raúl Martínez

O mercado assistiu com cautela ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomear Fernando Haddad (PT) como futuro ministro da Fazenda. Os temores são que o ex-prefeito de São Paulo adote um perfil muito “gastador” e não consiga articular adequadamente com o Congresso.

Em entrevista ao portal G1, o consultor de valores mobiliários e professor da T2 Educação, Tiago Feitosa, afirmou que a visão econômica de Haddad está mais alinhada ao ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, do que ao de Henrique Meirelles, da gestão Michel Temer.

Ele lembrou que, caso o governo não tenha responsabilidade fiscal, isso prejudicará até mesmo a agenda social.

– É inegável a necessidade de termos políticas sociais importantes que ofereçam assistências às pessoas que precisam. Mas a gente não pode promover política social sem cuidar de política fiscal, porque não cuidar da política fiscal implica em problemas sociais no futuro, como novas altas da inflação – pontuou.

Ao portal Metrópoles, o sócio e economista-chefe da Ryo Asset destacou o receio de que Haddad não consiga negociar com o Congresso Nacional, prejudicando, assim, o avanço de pautas importantes para o Brasil.

– O receio do mercado é se ele terá, de fato, articulação com o Congresso. Sabemos que o Haddad não é, de largada, alguém que tenha uma interlocução construída com a Câmara e o Senado. É algo que ele terá de construir. Nos cargos que ele ocupou anteriormente, esse trabalho de articulação não se mostrou tão afinado – avaliou.

Asset também pontuou que a falta de clareza sobre a agenda econômica que o novo governo deve seguir causa insegurança entre os investidores.

– Qual será a agenda que ele vai perseguir? Lula já disse que pretende ter influência, que a política econômica é dele. O mercado fica muito apreensivo, porque não está claro qual será a agenda econômica. Se tem algum sinal, é que a agenda vai em direção a mais gastos – observou.

O anúncio foi feito pelo presidente eleito nesta sexta-feira (9). Para especialistas, o mercado já esperava a nomeação de Haddad para a Economia, e por isso, a bolsa e o dólar não foram tão impactados pela confirmação.

Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Necton, a escolha de Lula para a Fazenda já demonstra suas pretensões para 2026.

– É público e notório o esforço de Lula em empoderar Haddad e fazer deste seu sucessor direto já em 2026; uma vez que a idade avançada do presidente deve frustrar a perspectiva de um segundo mandato. Para além da idade, vale notar que, se Haddad for candidato à Presidência, precisará muito da ajuda de Lula como principal cabo eleitoral – analisou.

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