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Mello: Zanin ficará impedido de julgar ações de Lula na Lava Jato

Ministro aposentado afirmou não considerar polêmico Lula indicar seu ex-advogado para o STF

Thamirys Andrade - 02/06/2023 15h48 | atualizado em 02/06/2023 18h37

Ministro Marco Aurélio Foto: STF/Nelson Jr

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, advertiu que, caso Cristiano Zanin ocupe uma vaga na Suprema Corte, o mesmo ficará “impedido” de julgar ações envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lava Jato, pois já atuou nos processos como advogado do petista.

– O impedimento diz respeito àqueles processos em que ele participou, chegando ao STF ele não poderá atuar porque já o fez como advogado. É o impedimento legal, que está no Código de Processo Civil – destacou o ministro em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

O ex-magistrado relembrou sua decisão de se abster de participar dos processos envolvendo o ex-presidente Fernando Collor, que o indicou, não porque estava impedido, mas porque, segundo ele, ninguém entenderia seu voto.

– Saí por uma questão simplesmente ética e de foro íntimo. Se eu votasse a favor dele, iam dizer que eu estaria agradecendo com a capa. Se votasse contra, diriam que estaria sendo mais realista que o rei, demonstrar simplesmente independência – assinalou.

Marco Aurélio, contudo, não vê polêmica em Lula indicar seu ex-advogado e amigo pessoal para a Suprema Corte. Para o ex-ministro, a tendência é que o presidente escolha um nome que ele conheça.

– Para mim, não é uma indicação polêmica, a escolha é do presidente. Quanto ao perfil jurídico, a presunção é a de que ele tem a ilibada conduta. Nós precisamos nos acostumar com o sistema, quem escolhe é o presidente da República e a tendência é ele escolher gente que ele conhece – acrescentou.

O ex-ministro citou as críticas que ele mesmo recebeu à época de sua indicação, porque era parente do até então presidente.

– Na época, todo mundo esqueceu que eu tivera três nos no MP, três anos no TRT, oito anos ou quase nove no TST e todo mundo me acusava de primo do presidente, o que eu não era, por que infelizmente ele é que é meu primo porque ele nasceu antes de mim. Então é justamente isso – declarou Mello.

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