Pierre Borges - 27/12/2021 17h17 | atualizado em 27/12/2021 17h26

Um cardiologista solicitou à Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) a expulsão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, da entidade. O ministro deixou a presidência da Sociedade para comandar a pasta da Saúde do governo Jair Bolsonaro em março deste ano.

O autor do pedido é o presidente do departamento de Cardiologia clínica da SBC, Bruno Caramelli, que também é diretor no InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. O principal argumento do cardiologista é o posicionamento de Queiroga quanto à vacinação infantil contra a Covid-19.

Caramelli publicou nas redes sociais uma parte do estatuto da entidade que determina a expulsão de quem “praticar, com culpa ou dolo, qualquer ato contrário aos interesses e à consecução do objeto social da SBC”. Para ele, Queiroga estaria infringido a norma ao convocar consulta pública para decidir sobre a vacinação em crianças, mesmo com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa aprovou a vacinação em crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer, com doses menores. Queiroga e Bolsonaro são acusados pela oposição de estarem ignorando a ciência e postergando a vacinação infantil.

Bolsonaro e Queiroga, em acordo, duvidam da segurança das vacinas e defendem que a quantidade de morte de crianças por Covid-19 não justifica decisões emergenciais. O ministro, porém, já indicou que o governo federal irá recomendar que a vacinação infantil seja feita, desde que haja prescrição médica para a aplicação.

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