Leia também:
X Condenado por pensão, André Gonçalves visa ser deputado

MEC: Defesa de Ribeiro pede que STF anule investigações

Defesa sustenta que gravações usadas como prova foram obtidas de forma clandestina

Gabriel Mansur - 05/07/2022 20h56 | atualizado em 06/07/2022 12h37

Ministro da Educação Milton Ribeiro
Ex-ministro da Educação Milton Ribeiro Foto: Reprodução/YouTube/Câmara dos Deputados

Responsável pela defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o advogado Daniel Bialski pediu a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), a anulação de toda a investigação que levou a Polícia Federal a prender o ex-ministro por suspeita de corrupção na pasta. A solicitação foi feita nesta terça-feira (5).

Em um documento de 35 pastas, a defesa sustenta que a investigação foi aberta por meio de uma prova obtida ilegalmente. No caso, uma gravação clandestina – e de fonte anônima – com falas de Ribeiro.

– Usou-se e abusou-se do conteúdo ilegal da gravação para se justificar e fundamentar o início, o meio e a conclusão das investigações que culminaram na vexatória e desnecessária prisão cautelar do peticionário [Ribeiro] – afirma o pedido da defesa de Ribeiro.

O objetivo da gravação, segundo a defesa, foi “a exploração midiática de gravação clandestina, produzida de maneira ilegítima e criminosa, para envolver o então ministro da Educação e ora suplicante em inexistente ilícito, tudo para conturbar a normalidade institucional, política e administrativa”.

– Trata-se, assim, de prova ilícita e, in casu, em sendo determinado o seu desentranhamento dos autos, resta impossível a sobrevivência e manutenção do inquérito fatalmente contaminado – continuou.

O áudio apontado pela defesa de Ribeiro como clandestino foi divulgado em março pelo jornal Folha de S.Paulo. Em um vídeo, o ministro diz atender a um pedido do presidente Jair Bolsonaro para repassar verbas do ministério a municípios indicados por pastores, que também são investigados. Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do ministério.

A defesa de Ribeiro pede que o STF declare nula toda a investigação e todas as provas colhidas do esquema de corrupção no MEC por entender que todo o caso foi arquitetado para desestabilizar o governo de Jair Bolsonaro em ano eleitoral.

– Sobretudo, que a gravação se destinou a propósito ilegítimo: ser vazada à mídia para causar escândalo político e abalar estabilidade das instituições democráticas em ano político-eleitoral – defendeu.

Não há prazo para a decisão. O Supremo está no recesso de meio de ano (até dia 31), período em que somente questões urgentes são decididas pela presidência da Corte. Mas a ministra Cármen Lúcia decidiu que continuará analisando os inquéritos, ações penais e petições criminais dos quais é relatora.

CPI DO MEC
O escândalo veio a público depois de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, em março, que apontou a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC. O grupo, segundo informou a reportagem, era integrado por pastores que controlavam a agenda do ministério e até a destinação dos recursos públicos da pasta, em reuniões fechadas.

Nesta terça (5), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que lerá nesta quarta (6) os pedidos de abertura de comissões parlamentares de inquérito na Casa, mas os trabalhos das CPIs só começarão após as eleições.

Leia também1 Pacheco já autorizou a CPI do MEC, mas Randolfe dá "ultimato"
2 Após reunião com líderes, Pacheco decide abrir CPI do MEC
3 Randolfe contesta união de CPIs: "Comissão do governo é fake"
4 Caso MEC: STF ordena sigilo em inquérito que cita Bolsonaro
5 MEC: STF envia à PGR 2º pedido para investigar Jair Bolsonaro

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.