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MBL lança filme com provocações a bolsonaristas

Tema do documentário é o processo de impeachment de Dilma Rousseff

Gabriela Doria - 03/09/2019 15h06 | atualizado em 03/09/2019 16h01

Estreia do filme Não Vai Ter Golpe, do MBL Foto: Reprodução

“Lula livre!”, gritou alguém na plateia do cinema quando as luzes se apagaram antes do começo do documentário do Movimento Brasil Livre (MBL) sobre o impeachment de Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (2), num shopping do bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Era uma piada, obviamente, e muita gente riu alto.

Ao fim da sessão, já madrugada de terça (3), outro berrou “Fora, Bolsonaro!”, ao que um terceiro complementou: “Mais um! [impeachment]”. Também era uma piada, mas desta vez menos escancarada.

Assim, nesse clima meio de diretório acadêmico, o movimento que se mobilizou pelo apoio ao afastamento da presidente petista entre 2014 e 2016 lançou seu documentário sobre o evento. “Não Vai Ter Golpe” começa com as ironias desde o nome, pegando emprestado da esquerda seu grito de guerra fracassado. Na visão do MBL, não houve golpe porque o processo seguiu os trâmites constitucionais.

Estavam lá os parlamentares do MBL: Kim Kataguiri, Fernando Holiday, Arthur “Mamãe Falei” do Val e os irmãos Alexandre e Renan Santos, entre outros.

Alexandre dirige o filme, feito com a estrutura própria do movimento, e a um custo estimado em R$ 300 mil. É uma colagem de imagens captadas no auge das manifestações, entremeadas por depoimentos, que dão ao documentário um caráter semiestudantil, o que não é de todo ruim, dadas as raízes do MBL.

Prestigiaram o lançamento do filme, entre outros, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, ex-deputado que deu o voto crucial para o afastamento de Dilma, e o emedebista Darcísio Perondi (RS), além do ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) e do secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão.

O MBL aproveitou a chance para tentar faturar. Armou uma banquinha para vender canecas e camisetas a R$ 50, algumas com a inscrição “Esse Impeachment é Meu”. Mas não se furtou a pedir respeito aos direitos autorais da obra, o que, para alguns liberais, é um contrassenso.

– Deus está vendo você filmando com o celular para piratear – provocou Kataguiri antes de a sessão começar.

E o alvo de sua crítica respondeu: “livre mercado!”.

Com cinco anos de idade, o MBL está numa fase de transição, hoje praticamente um inimigo do bolsonarismo e num processo de autocrítica sobre seu papel na polarização no país. Alexandre, ao final da projeção, alfinetou grupos que querem enfraquecer as instituições, num rápido discurso.

– Existe uma parte da direita, talvez pequena, que quer fazer as coisas direito – disse.

O documentário agora começa a ser exibido em plataformas de video on demand.

*Fábio Zanini para Folhapress

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