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Marcelo Odebrecht afirma que pai acertou propina com Lula

Ex-presidente é réu em processo que apura pagamentos ilegais por liberação de valores para construtora

Paulo Moura - 08/10/2019 08h51 | atualizado em 08/10/2019 09h34

Marcelo Odebrecht falou que propina foi acertada entre o pai dele e Lula Foto: Agência Brasil

O empresário Marcelo Odebrecht confirmou, nesta segunda-feira (7), que foram feitos acertos para o pagamento de propinas ao PT, em favor de Lula, por conta da liberação de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras da construtora em Angola, na África. O empreiteiro foi ouvido pelo juiz federal Vallisney Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília, e disse que manteve o teor de suas delações, além de apontar contradições nos depoimentos do pai, Emílio Odebrecht.

Lula é réu em dois processos penais abertos na Justiça Federal, em Brasília, em razão dos negócios suspeitos da Odebrecht em Angola, como resultado na Operação Janus, deflagrada em 2016 em desdobramento às descobertas da Lava Jato. O principal, que apura o pagamento de US$ 40 milhões (R$ 164,2 milhões na cotação atual) em propinas ao PT pela liberação dos recursos pelo BNDES, tem como alvos Lula e Paulo Bernardo, que foi ouvido na sexta-feira (4).

Durante a fala de Marcelo ao juiz Vallisney Oliveira, o empreiteiro afirmou que os acertos para pagamento de propina ao PT e Lula foram feitos com o pai dele. Odebrecht também comentou sobre as contradições nos depoimentos feitos por Emílio.

– Naquela época, eu tinha uma conta corrente que eu e Palocci administrávamos, e que pertencia ao PT, Lula e que, na verdade, era fruto de um combinado de Lula com meu pai. Quando havia pedidos de valores para ajudar o PT, saía dessa conta corrente. Como a relação de Lula pertencia ao meu pai, eu tinha que referendar esses valores com ele, buscar a autorização dele. Só que agora ele está dizendo em depoimento que nunca conversou com Lula sobre valores – confessou.

O advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse na última sexta que os depoimentos de Marcelo e de Emílio deixam claro que o ex-presidente não praticou nenhum ato ilícito que foi imputado a ele nessa ação.

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