Maia: ‘MP da vacina será votada sem termo de consentimento’
Presidente da Câmara disse que, "se o governo tiver interesse, apresente a emenda, faça o destaque e tente ganhar no plenário"
Pleno.News - 15/12/2020 21h54 | atualizado em 15/12/2020 21h57
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Parlamento não irá acatar a exigência de que as pessoas que quiserem se vacinar contra a Covid-19 assinem um termo de responsabilidade, como deseja o presidente Jair Bolsonaro.
– Esse não é um tema da Câmara, esse tema veio do governo. Se o governo tiver interesse, apresente a emenda por um deputado, faça o destaque e tente ganhar no plenário. Não pode o relator da Câmara assumir a responsabilidade sobre um tema que nós não temos convencimento que é o caminho correto, para aprovação dentro da medida provisória – disse.
A Medida Provisória 1003/2020, que trata da compra de vacina contra a Covid-19 pelo programa internacional Covax Faciliy, deve ser votada nesta quinta-feira (17).
Sobre a recusa de Bolsonaro em se vacinar, Maia disse que essa e outras posturas do presidente são lamentáveis e afirmou ter “fé” de que Bolsonaro compreenda o papel que a sociedade reservou a ele.
Em entrevista a José Luiz Datena, Bolsonaro disse que não vai tomar a vacina contra a Covid-19. Ele já foi diagnosticado com a doença em julho, mas cientistas ainda não sabem por quanto tempo as pessoas ficam protegidas de se infectar novamente.
– Eu não posso falar. Como cidadão é uma coisa e como presidente é outra. Mas como eu nunca fugi da verdade, eu digo: Eu não vou tomar a vacina. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final – afirmou o presidente.
Maia disse ainda ser favorável a suspender o recesso parlamentar para que o Congresso possa votar propostas que digam respeito à saúde. Hoje, Bolsonaro disse que iria assinar uma nova MP liberando R$ 20 bilhões para compra de vacinas contra a Covid-19
Sobre essa proposta, Maia disse não haver previsão de votação na Câmara, já que a MP ainda não foi editada. O presidente da Câmara defendeu ainda a votação de propostas que modernizem o Sistema Único de Saúde (SUS) e que reduzam as diferenças na taxa de sucesso do tratamento da Covid em UTIs entre a rede pública e privada.
– Janeiro poderia servir para isso – disse.
*Estadão
Leia também1 Bolsonaro anuncia que quem se vacinar terá que assinar termo
2 Maia não tem pressa na escolha de nome para eleição na Câmara
3 Bolsonaro volta a dizer que não tomará vacina contra a Covid-19
4 Governador critica compra de vacinas sem a Anvisa aprovar
5 Bolsonaro alfineta Doria e manda 'recadinho' em vídeo