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Maia após revelação de Janot: “O Brasil é um país estranho”

Ele também disse que espera que a PF "tenha tirado o porte de arma" do ex-procurador

Gabriela Doria - 27/09/2019 12h44 | atualizado em 27/09/2019 13h03

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reagiu à declaração de Janot Foto: Reprodução

Em tom irônico, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse esperar que a Polícia Federal retire o porte de armas do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

A declaração foi dada nesta sexta-feira (27), durante participação de evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, sobre parcerias públicos-privadas.

O presidente da Câmara se referia à revelação de que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pretendia matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

– Pelo menos espero que a Polícia Federal já tenha tirado o porte de arma dele. Pelo menos isso, para a gente ficar um pouco mais tranquilo. Esse é o Brasil – disse o presidente da Câmara.

Maia disse ainda que a revelação pode afetar os investimentos privados no país.

– Temos que ter projeto e segurança jurídica para os investimentos. A parte do parlamento, principal, é justamente garantir a segurança jurídica, junto com o Executivo, claro. Mas o Brasil é um país estranho. Cada dia é uma novidade. Hoje descobrimos que o procurador-geral queria matar um ministro do Supremo. Quem é que vai querer investir num país desse? – perguntou.

REVELAÇÃO DE JANOT
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse nesta quinta-feira (26) ao jornal Folha de S.Paulo que entrou uma vez no Supremo Tribunal Federal armado com uma pistola com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, por causa de insinuações que ele teria feito sobre sua filha em 2017.

O ex-procurador narra o episódio num livro de memórias que está lançando neste mês, sem nomear Gilmar. Ele confirmou a identidade de seu alvo ao ser questionado pela Folha de S.Paulo em entrevista nesta quinta.

– Tenho uma dificuldade enorme de pronunciar o nome desta pessoa – disse.

Nesta sexta, em mensagem enviada à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Gilmar se disse surpreso e recomendou tratamento psiquiátrico a Janot.

Em maio de 2017, como procurador-geral, Janot pediu a suspeição de Gilmar em casos relacionados ao empresário Eike Batista, que se tornara alvo da Lava Jato e era defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes, é sócia.

Segundo Janot, o ministro do STF reagiu na época lançando suspeitas sobre a atuação de sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que é advogada e representara a empreiteira OAS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

– Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha – diz Janot no livro.

Janot também afirma que o que evitou a tragédia foi a “mão de Deus”.

– Só não houve o gesto extremo porque, no instante decisivo, a mão invisível do bom senso tocou meu ombro e disse: não – afirmou.

*Folhapress

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