Lula apela para religião: ‘Deus sabe que estou com a verdade’
Ex-presidente, preso há quase um ano e meio, deu entrevista para jornal argentino
Paulo Moura - 16/09/2019 15h01 | atualizado em 16/09/2019 15h02

O ex-presidente Lula, preso desde o dia 7 de abril de 2018, voltou a dar entrevistas de dentro da prisão. Desta vez, o veículo responsável pelo pedido foi o jornal argentino Página 12. Lula recebeu os jornalistas no prédio da Superintendência Regional da PF no Paraná e foi escoltado por um agente durante toda a conversa.
Durante a conversa, Lula atacou diversos desafetos, entre eles, o ministro Sergio Moro, responsável pela condenação do petista.
– No dia em que eu parar de acreditar na Justiça, fico imaginando o que vou fazer. Não é porque um juiz [Moro] tenha sido um canalha que você deve julgar toda a Justiça por causa desse erro – disse.
O ex-mandatário também criticou a atuação da Globo na cobertura da Operação Lava Jato, com o que ele chamou de mentiras para que não seja liberado da prisão.
– Há dez anos, ela [Globo] conta mentiras sobre mim. Há uma grande pressão da imprensa brasileira, especialmente da Globo, para que Lula não saia da prisão. Porque o grande problema da operação Lava Jato é que ela deixou de ser uma operação de investigação de corrupção e se tornou um partido político – protestou.
O petista voltou a falar que poderia ter saído do Brasil, se quisesse, e apelou até para a religiosidade para dizer que fala a verdade.
– Eu poderia ter deixado o Brasil, mas vim aqui porque têm quatro pessoas que sabem a verdade sobre esses processos contra mim: eu, Deus, o juiz e o promotor. Eles sabem que mentem. E Deus e eu sabemos que estou com a verdade – completou.
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