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PT espera que, caso Ciro saia da disputa, eleitores dele passem para Lula

Thamirys Andrade - 10/05/2022 09h45 | atualizado em 10/05/2022 10h07

Ex-presidente Lula Foto: Divulgação Lula/Ricardo Stuckert

O comando da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto aumentou a pressão para que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desista da disputa. Nos últimos dias, o próprio Lula entrou nas articulações, com o objetivo de atrair o PDT para a aliança em torno de sua candidatura. Pesquisas de intenção de voto indicam que, se Ciro sair do páreo, a maioria de seus eleitores deve migrar para Lula.

A cúpula do PT tem oferecido apoio a mais candidatos do PDT nos estados, dispondo-se até mesmo a desfazer acertos firmados anteriormente. Na lista das ofertas estão o Rio de Janeiro – onde a Executiva petista aprovou a aliança com o deputado Marcelo Freixo (PSB) ao governo -, o Ceará e o Maranhão.

Oficialmente, o PT não admite que possa rifar Freixo. O argumento é o de que Lula terá dois palanques no Rio, assim como no Maranhão, por exemplo. Mas, nos bastidores, o PT pode apoiar o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT),ao governo fluminense, caso uma eventual desistência de Ciro entre no acordo.

No Ceará, o PT deflagrou uma estratégia para encurralar Ciro. Desde que o petista Camilo Santana renunciou ao governo para concorrer ao Senado, PT e PDT têm trocado farpas. Agora, o partido de Lula quer aderir à campanha pela reeleição da governadora Izolda Cela, contra o grupo de Ciro, que defende o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Claudio. Ex-petista, Izolda integra as fileiras do PDT, mas sofre resistências.

No Maranhão, embora o PT apoie o governador Carlos Brandão (PSB), há negociações em curso com o senador Weverton Rocha (MA), o pré-candidato do PDT que chama Lula de “meu amigo”.

GESTO
Em cerimônia que serviu como despedida de Camilo do governo do Ceará, no mês passado, Ciro ouviu gritos pró-Lula ao discursar, em Barbalha (CE). Irônico, sorriu, fazendo gestos com a mão que simbolizam “roubo”.

Um mês depois, numa reunião virtual com militantes do PT, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que o PDT deve abandonar Ciro para aderir à campanha de Lula. O pré-candidato reagiu e publicou nas redes sociais que Dirceu – com quem trabalhou no governo Lula, quando foi ministro da Integração Nacional -, havia planejado e executado “o mensalão e o petrolão”.

– É bom que todo mundo saiba que esse acordo (entre o PDT e o PT) vai acontecer se o interesse do Ceará estiver acima. Se for com negócio de conchavo, de picaretagem, eu topo enfrentar o PT também. Eu não vou me submeter a um lado corrupto do PT, que também existe no Ceará – afirmou Ciro Gomes.

Já para o deputado José Guimarães (PT-CE), que integra a campanha de Lula, a bancada do PDT deve encolher, caso Ciro não recue.

– O PDT está em uma encruzilhada histórica – observou ele.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o partido não desistirá de Ciro.

– A candidatura do Ciro já foi homologada pelo diretório. Só falta a convenção legal – insistiu o dirigente.

*AE

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