Thamirys Andrade - 29/09/2021 16h27 | atualizado em 29/09/2021 17h00

Nesta quarta-feira (29), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, expressou sua insatisfação com a injustificável demora do Senado em marcar a sabatina do ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para vaga na Corte. De acordo com o magistrado, o atraso traz prejuízos à atuação do Supremo, que, ao trabalhar com um ministro a menos, corre riscos de empate em julgamentos no plenário e na segunda turma do Tribunal.

– Por que essa demora? Outros que foram indicados depois do ex-ministro da Justiça já foram sabatinados e confirmados – queixou-se Fux, citando a sabatina e a posse do procurador-geral da República, Augusto Aras, como exemplo. As declarações foram feitas por Fux em entrevista ao jornal Estadão.

Para o presidente do STF, é razoável que a indicação de um nome por parte do presidente da República leve tempo, pois é preciso analisar opções, mas “nunca se viu essa demora no Senado para sabatinar o escolhido”. De acordo com o magistrado, o incômodo não parte apenas dele, mas dos demais ministros.

O magistrado nega, porém, ter entrado em contato com o senador e ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM) para pressioná-lo sobre a sabatina e afirma não ter tratado sobre as opiniões do indicado.

– Eu nunca falei com o ex-ministro André Mendonça sobre Lava Jato e segunda instância. Nem sei o que ele pensa sobre essas questões. Minha posição é institucional – declarou.

Fux admite, contudo, ter conversado “institucionalmente” com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), para que as sabatinas de Mendonça e do indicado pelo Supremo para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) fossem agilizadas.

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