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Leite renunciará ao governo e prepara “Dia do Fico” no PSDB

Governador do Rio Grande do Sul deixará o cargo nesta segunda-feira

Monique Mello - 27/03/2022 19h05 | atualizado em 28/03/2022 10h28

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite Foto: Palácio Piratini/Itamar Aguiar

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), vai deixar o cargo nesta segunda-feira (28), mas deve permanecer nas fileiras tucanas. Leite prepara o “Dia do Fico” no PSDB em uma estratégia que prevê a possibilidade de um acordo com o MDB e o União Brasil para o lançamento de uma candidatura única à Presidência da República.

O impasse para o acerto político ainda é o governador de São Paulo, João Doria, que teve o nome aprovado nas prévias do PSDB, em novembro, como candidato do partido à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. Aliados de Leite, no entanto, avaliam que, como Doria não cresceu nas pesquisas de intenção de voto até agora, pode sair do páreo para dar lugar a Leite se houver um apelo desses partidos em nome de uma aliança que demonstre unidade.

A ideia do grupo é que Leite seja o candidato ao Palácio do Planalto e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), vice na chapa. Embora Simone e Leite também tenham baixíssimos índices nas pesquisas, apoiadores do gaúcho observam o alto patamar de rejeição de Doria. Dizem, ainda, que pesquisas mostram potencial de crescimento para Leite.

Até a semana passada, o governador do Rio Grande do Sul estava inclinado a aceitar o convite do PSD do ex-ministro Gilberto Kassab para concorrer à Presidência e vinha dando todos os sinais nesse sentido. O temor de isolamento no partido de Kassab, no entanto, o fez repensar a troca de legenda, segundo interlocutores.

– Acredito que o governador do Rio Grande do Sul tende a ficar e trabalhar para ser o candidato da unidade da terceira via, filiado ao PSDB – disse o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ao Estadão.

Desafeto de Doria, Aécio faz articulações políticas para lançar Leite à Presidência no lugar do paulista. Ex-presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) foi na mesma linha.

– Eu diria que há 90% de probabilidade de Eduardo Leite ficar no PSDB. Não o vejo candidato por outro partido. Dentro do PSDB, ele deve ser uma eventual alternativa – afirmou Tasso.

SINAIS TROCADOS
Até agora, Leite vinha dando todos os sinais de que estava disposto a ingressar no PSD. O caminho para que ele disputasse o Planalto pela nova sigla ficou livre após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desistir de lançar a candidatura à Presidência.

Kassab chegou a dizer que o gaúcho era uma “alternativa extraordinária” ao senador mineiro. Mas, desde que Leite recebeu uma carta na qual a cúpula do PSDB o elogia e pede sua permanência nas fileiras do partido, tudo mudou. O governador ficou mais recluso e tem evitado falar de política em público.

O principal argumento usado pela ala “antiDoria” do PSDB para tirá-lo do páreo, quatro meses após as prévias, é o de seu alto índice de rejeição. No levantamento Datafolha divulgado nesta quinta-feira (24), Doria aparece com 2% de intenção de voto e 30% de rejeição. Leite marca 1% e 14%, respectivamente.

– O Eduardo tem uma sensibilidade política que vai ajudar muito no caso de ele ser candidato – afirmou o ex-senador José Aníbal, que acredita que a rejeição de Doria é “um peso a ser carregado” pelo partido.

*AE

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