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Lava Jato critica acesso de Lula a mensagens e aponta ‘farsa’

STF decide sobre o compartilhamento de dados da Operação Spoofing nesta terça-feira

Pleno.News - 09/02/2021 14h10 | atualizado em 09/02/2021 15h14

Ex-presidente Lula Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Em uma última manifestação oficial antes do julgamento do STF sobre o compartilhamento de mensagens da Operação Spoofing com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os procuradores que fizeram parte da força-tarefa da Lava Jato classificaram como uma “farsa” a narrativa da defesa do petista em torno dos diálogos.

Os advogados de Lula pretendem usar o material apreendido na investigação aberta contra o grupo de hackers processado pela invasão dos celulares de diversas autoridades (incluindo os do ex-ministro Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba). O objetivo é reforçar as acusações de que o grupo agiu com parcialidade e de que o então juiz Moro encarou o petista como “inimigo”, ao condená-lo a nove anos e meio de prisão no caso do tríplex do Guarujá (SP).

– A ideia de que se formou um grupo coeso de vinte procuradores e dezenas de servidores com diferentes opiniões e visões do mundo, para, por meio da violação de regras e leis, debaixo de riscos pessoais e profissionais, perseguir injustamente alguém é absolutamente fantasiosa. A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações”, diz um trecho da nota coletiva dos procuradores que integraram a Lava Jato em Curitiba.

No início do mês, o grupo de trabalho foi encerrado como força-tarefa isolada, e parte da equipe segue agora alocada no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), instituído no Ministério Público Federal do Paraná.

A manifestação também volta a defender que o acervo de mensagens não tem validade jurídica. Isso porque teria sido obtido ilegalmente no ataque cibernético. Na avaliação dos procuradores, o conteúdo só serve como prova no processo que acusa os próprios hackers. A defesa de Lula, por sua vez, insiste que elementos para comprovar ou reforçar teses defensivas independem da origem.

– O único tipo de prova ilícita que lhe poderia aproveitar seria a exculpatória, isto é, aquela que provasse sua inocência. Contudo, jamais se apresentaram supostas mensagens, ainda que ilegais e sem autenticidade aferida, apontando sua inocência ou então a prática de crimes pelas autoridades, a forja de provas ou a existência de um consórcio para persegui-lo ou puni-lo”, rebatem os procuradores.

Além de apostar na origem ilegal das mensagens, o grupo destaca a ausência de perícia que tenha atestado a autenticidade do material. Na época em que a Polícia Federal abriu investigação para apurar o ataque hacker, a equipe que atuava na Operação Lava Jato não entregou os celulares para inspeção. Hoje, o grupo afirma que o material ficou por longo tempo em poder dos hackers e pode ter sido adulterado.

Em outra frente, eles demonstram preocupação com a exposição de terceiros não relacionados às investigações contra Lula, o que, na avaliação dos procuradores, poderia configurar violação da intimidade e do sigilo das comunicações de dezenas de pessoas que não faziam parte da força-tarefa.

– Havia fotos de família, inclusive de crianças e adolescentes, o que acarreta não apenas uma violação de seus direitos de personalidade, mas também um risco à integridade física e moral cuja promoção pelo próprio Estado é inadmissível. Discussões entre procuradores ou magistrados sobre argumentos fáticos, probatórios e jurídicos estão protegidas por sigilo profissional – diz trecho da nota.

*Estadão

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