Kátia Abreu questiona voto impresso e ganha ‘aula’ de Kicis
Senadora diz não entender necessidade do método
Gabriela Doria - 28/05/2021 19h26 | atualizado em 28/05/2021 19h28

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) usou o Twitter para tentar desmerecer o projeto de lei que instaura o voto impresso auditável, defendido pelo governo Jair Bolsonaro e em andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Nas suas redes sociais, a senadora questionou a necessidade do método.
– Eu nunca tinha visto um vitorioso dizer que as eleições foram fraudadas. Já vi derrotados fazerem isso. A situação está de vaca não conhecer bezerro – comparou a parlamentar.
A resposta não demorou e partiu justamente da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que é a presidente da CCJ e tem trabalhado pelo avanço da PEC 135/2019 na Casa.
– Esqueça as vacas e os bezerros, vamos usar algo que só os humanos têm, a capacidade de pensar. A transparência nas eleições beneficia quem vence, traz paz social e muito mais legitimidade ao vencedor. E ao perdedor traz a certeza de que não foi garfado. Bom pra todos! Quem pode temer? – comentou Bia.
TSE: VOTO IMPRESSO NÃO DEVE SER IMPLEMENTADO EM 2022
Um dos temas mais em alta hoje é a adoção do voto impresso auditável para as eleições. Há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto tramitando na Câmara. Mas, mesmo que ela seja aprovada, pode acabar não servindo para o pleito em 2022.
Em uma nota enviada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao jornal Folha de S.Paulo no sábado (22), a Corte informou que a “implantação do voto impresso envolve um procedimento demorado”.
O texto sobre o tema em discussão na Câmara é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) e determina que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
No entanto, o TSE ressaltou que a implantação de uma nova urna necessita de uma licitação “pautada por rígidos trâmites administrativos e burocráticos”. Essa licitação não teria um prazo de duração especificado, “tendo em vista o tempo necessário para as especificações técnicas e a margem de imprevisibilidade decorrente dos procedimentos de qualificação e dos eventuais recursos administrativos e judiciais”.
Além disso, a Corte apontou que o sistema das urnas eletrônicas é “confiável e auditável em todos seus passos” e explicou que “a implantação do voto impresso envolve um procedimento demorado, embora não seja possível, neste momento, estimar sua duração”.
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