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Julgamento de Lula terá megaesquema de segurança

Atiradores de elite, helicópteros e bloqueio aéreo farão parte da operação

Gabriela Doria - 23/01/2018 01h25 | atualizado em 24/01/2018 19h18

O julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve início nesta quarta-feira (24), às 8h30, em Porto Alegre (RS), está marcado por muita expectativa e pelas medidas de segurança adotadas pelo governo do estado. Desde o fechamento de avenidas até atiradores de elite, a população de Porto Alegre terá um dia atípico e estará sob os olhos de todo o país e do mundo.

Confira a estrutura da megaoperação que o governo do Rio Grande do Sul vai adotar para receber Lula no julgamento.

Lula terá o recurso julgado nesta quarta-feira (24) Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Órgãos públicos fechados
A partir das 12h desta terça-feira (23), repartições públicas dentro de um raio de dois quilômetros do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), onde Lula será julgado, serão fechadas. Isto inclui a Câmara Municipal, a Receita Federal, a Justiça Federal e o Incra. O expediente retorna ao normal somente na manhã da quinta-feira (25).

Atiradores de elite
Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, haverá atiradores de elite em pontos estratégicos. Schirmer declarou que eles serão apenas “observadores” e não portarão armas.

Bloqueio aéreo, naval e urbano
Avenidas do entorno, bem como o espaço aéreo próximo ao TRF-4 serão fechados. O espaço marítimo do rio Guaíba também ficará sob vigilância da Brigada Militar. Somente aeronaves e embarcações das forças militares estarão nesses locais. Já no espaço urbano, apenas pessoas identificadas e credenciadas poderão circular.

Transmissão ao vivo
Aguardado por toda a população, o julgamento do recurso do petista será transmitido ao vivo para todo o país. A cobertura poderá ser vista pela televisão ou pela internet. Jornalistas credenciados acompanharão o processo dentro do prédio do tribunal, porém em uma sala reservada à imprensa.

150 câmeras de monitoramento
Das mil câmeras distribuídas pela cidade de Porto Alegre, 150 monitoram a região do TRF-4. De acordo com o secretário de segurança, elas ajudarão a vigiar as manifestações no dia do julgamento, captando possíveis desordens.

Segurança dos desembargadores
Os três desembargadores responsáveis por analisar o recurso de Lula já estão com esquema especial de segurança. Uma escolta armada tem acompanhado os magistrados 24 horas por dia. Já no dia do julgamento, eles serão transportados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) até o TRF-4. Haverá batedores por todo o trajeto para evitar que eles se atrasem. Apesar da locomoção via terrestre, haverá helicópteros prontos para fazer o transporte dos magistrados, se necessário.

Manifestações
Os movimentos sociais prometem manifestações contra e a favor do ex-presidente. Por medida de segurança, ficou decidido que as alas pró-Lula ocuparão o Anfiteatro Por do Sol, a um quilômetro do TRF-4. O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a Frente Popular representam os apoiadores de Lula e já se encontram acampados no local.

Já os movimentos ligados à direita vão ocupar o Parque Moinhos de Vento, conhecido como Parcão. O Movimento Brasil Livre (MBL) encabeça os opositores do petista.

Forças Armadas
Haverá homens de todas as esferas da segurança pública fazendo o reforço no patrulhamento. Embora não tenha sido divulgado, estima-se que pelo menos quatro mil policiais militares estejam envolvidos no esquema de segurança. Eles farão o patrulhamento a pé, a cavalo, por viaturas e também com helicópteros. Não foi divulgado o custo total da operação.

O ex-presidente Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão, por supostamente ocultar um tríplex no Guarujá que seria fruto de propina da empreiteira OAS. Agora, o petista aguarda o resultado de um recurso de sua defesa contra a decisão da primeira instância. Ele será julgado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Os desembargadores são João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus. O julgamento está marcado para começar às 8h30.

*Atualizada às 10h13

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