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Juiz nega mandar hacker de Moro e Deltan de volta à prisão

Pedido foi feito pelo Ministério Público Federal

Henrique Gimenes - 25/02/2021 20h18 | atualizado em 26/02/2021 12h33

Ex-ministro da Justiça, Sergio Moro Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, rejeitou nesta quinta-feira (25) novo pedido do Ministério Público Federal (MPF) para decretar a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, líder do grupo de hackers que invadiram os celulares do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, do ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol e de outros centenas de figuras públicas e autoridades do país.

Vermelho foi preso pela primeira vez em julho de 2019 na Operação Spoofing, que mirou a invasão de diversos aparelhos de autoridades. Foi a partir desta invasão que foram descobertas mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol sobre diversos processos da Lava Jato, agora em posse da defesa do ex-presidente Lula. Em setembro daquele ano, o juiz Ricardo Leite revogou a prisão preventiva e colocou o hacker em liberdade, mediante medidas cautelares.

Uma das restrições proíbe Vermelho de acessar a internet. Foi por conta de uma violação à essa medida que o MPF pediu a nova prisão do hacker. Segundo a Procuradoria, Walter Delgatti Neto estaria dando entrevistas sob o argumento de que quem estaria acessando a internet era o seu advogado, Ariovaldo Moreira.

Na última delas, em 16 de fevereiro à TV 247, o hacker teria feito comentários sobre conversas hackeadas que são alvo da Spoofing.

“Não há que se falar que a presença do advogado afasta o descumprimento da condicionante; ao contrário, reforça a sua consciência quanto à proibição e a busca por meios diversos para burlar as proibições as quais está sujeito […] O fato de Walter não ter clicado no computador para acessar a internet é desimportante, pois a decisão é clara quanto à proibição de não acessar a internet, de forma direta ou indiretamente, com a ajuda de terceiros, e que o uso de videoconferência apenas poderia ocorrer para compromisso com a Justiça”, frisou o MPF.

Durante a audiência, o juiz Ricardo Leite concordou com os pontos apresentados pela Procuradoria, frisando que havia proibido Vermelho de acessar a internet direta e indiretamente. O magistrado citou que o hacker já teria burlado outras proibições, como na ocasião em que concedeu entrevista a veículos de imprensa por meio de recados repassados durante as audiências na prisão.

– É uma conduta que vem se repetindo. Sempre falando de coisas de processo desta investigação. Ele extrapolou essa questão falando das mensagens – anotou o juiz.

Apesar de negar o pedido da Procuradoria por ora, Ricardo Leite fixou que poderá decretar a prisão preventiva se Vermelho continuar a burlar as medidas cautelares imposta pela Justiça, seja acessando a internet direta ou indiretamente, seja concedendo entrevistas a qualquer veículo em qualquer formato para comentar sobre o processo.

Preso na primeira fase da Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto afirmou à PF ter hackeado o celular de diversas autoridades do país, incluindo de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro.

O hacker disse ainda ter repassado o conteúdo obtido ilegalmente em aplicativos de mensagens de procuradores ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. O portal tem divulgado desde 2019 uma série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato”.

Delgatti negou que tenha recebido dinheiro para repassar o material.

*Estadão

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