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Juiz condena Hélio Bolsonaro a pagar R$ 50 mil a Felipe Neto

Deputado divulgou uma montagem relacionando Felipe Neto e seu irmão Luccas à prática de pedofilia

Pleno.News - 03/03/2023 17h57 | atualizado em 03/03/2023 19h17

Hélio Bolsonaro e Felipe Neto Foto: Câmara dos Deputados; Foto: Reprodução/Instagram

O deputado Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido como Hélio Bolsonaro, foi condenado a pagar R$ 50 mil para os irmãos youtubers Felipe Neto e Luccas Neto por danos morais após divulgar uma montagem relacionando os influencers à prática de pedofilia. Além do pagamento, o parlamentar deverá fazer uma retratação pública. A decisão é do juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível do Rio, e foi publicada nesta sexta-feira (3).

Os influenciadores abriram o processo contra o parlamentar em 2020, após Hélio usar suas redes sociais para publicar postagens nas quais acusava os irmãos de pedofilia. Segundo os advogados dos youtubers, o conteúdo das postagens seria falso, tendo como objetivo atingir a reputação deles.

A decisão de Mario Cunha aponta que as postagens de Hélio são “visivelmente” uma montagem de vídeos dos youtubers.

– No caso, visivelmente, ocorreu uma montagem sobre vídeos produzidos pela dupla autora pelo réu, retirando o conteúdo e sequência originais, além de inversão de falas, com recortes em cenas que, lançadas fora do contexto, serviam para que o réu sugerisse a seu público a ocorrência de comportamento indevido de cunho sexual, com foco em pedofilia – afirma o documento.

A decisão ainda sustenta que não houve apenas repasse do conteúdo pelo deputado, mas tempo demandado para produzir os vídeos, tirando as cenas de contexto.

Mario Cunha também argumenta que não há possibilidade de cogitar imunidade parlamentar no caso de Hélio, já que ele “não está se manifestando em exercício da função” e que o benefício só se aplica quando o parlamentar divulga opiniões, votos e palavras em razão do mandato.

– Então, a divulgação de ofensas na internet pelo parlamentar, mesmo que proferidas originalmente na casa legislativa, não são cobertas por imunidade parlamentar – explica o juiz ao citar uma decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, sobre o tema.

Na conclusão da decisão final, o juiz classifica o caso como de “dano intenso e de alta repercussão” com impacto negativo para as reputações de pessoas públicas que lidam com o público jovem. Sobre a atuação de Hélio, Mario Cunha afirma que o grau de reprovação é ainda maior e “muito mais vergonhosa” devido à função parlamentar de representante popular.

Figura quase constante ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Hélio foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro, com mais de 345 mil votos, nas eleições de 2018.

*AE

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