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Participação de eleitores de 17 e 18 anos foi a menor nos últimos 30 anos

Monique Mello - 19/11/2020 16h00 | atualizado em 19/11/2020 16h24

Segundo dados do TSE, a participação de eleitores de 17 e 18 anos foi a menor nos últimos 30 anos
No Rio de Janeiro, a participação de eleitores de 17 e 18 anos foi a menor nos últimos 30 anos / Foto: Divulgação/TSE

Com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Daniel Medeiros, Doutor em Educação Histórica pela Universidade Federal do Paraná, constata que o resultado do primeiro turno da disputa entre Marcelo Crivella (Republicanos) e Eduardo Paes (DEM) poderia ter sido diferente se os jovens de 17 e 18 anos tivessem participado das eleições.

Em 2020, apenas 5% dos jovens entre 16 e 17 anos fizeram o título de eleitor, o que representa a menor participação dessa faixa etária registrada nos últimos 30 anos. Um grande número de abstenções nas urnas costuma favorecer quem tem mais votos. Quem escolhe não votar ou opta por votar branco ou nulo está, no fundo, dando vantagem para o candidato que estiver à frente na corrida eleitoral. Então, segundo o professor Medeiros, uma participação mais significativa dos jovens que ainda não são obrigados a votar poderia ter, pelo menos, diminuído ou aumentado a diferença entre os candidatos que foram para o segundo turno.

– O voto dessa faixa etária teria um impacto importante, sem dúvida – constata.

Não foi o jovem que perdeu o interesse na política, mas a política que perdeu o interesse no jovem

Medeiros, que atua como professor há 36 anos e já escreveu o livro Guia Prático sobre Democracia para Jovens, afirma que para educar cidadãos interessados no jogo democrático é preciso fazer com que eles entendam desde cedo como esse jogo funciona.

– Não foi o jovem que perdeu o interesse na política, mas a política que perdeu o interesse no jovem – destaca.

Para que os mais novos participem mais da vida política do país é necessário permitir que eles exercitem atividades como a proposição de ideias, o debate e a construção de consenso para formar maiorias, por exemplo.

– A política exige conhecimento e prática e não é, portanto, um processo natural. Eu sempre relaciono isso a assistir ou jogar, por exemplo, o baseball. Imagine assistir a uma partida ou, pior, jogar baseball, sem conhecer as regras do jogo… seria impossível – compara o especialista.

Para ele, a escola precisa dar protagonismo ao jovem como um agente atuante nas decisões tomadas na comunidade escolar.

 

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